Esquema de Ponzi

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Um esquema de Ponzi é uma operação fraudulenta de investimento que envolve o pagamento de rendimentos anormalmente elevados aos investidores, utilizando o capital entregue pelos investidores subsequentes, em vez da receita gerada por qualquer negócio real. O nome do esquema "homenageia" Charles Ponzi. <ref> "Ponzi Schemes" , which also describes the original Ponzi scheme in detail)</ref>

Resumo

Um esquema Ponzi normalmente oferece retornos anormalmente elevados a curto prazo, a fim de atrair novos investidores. Os rendimentos elevados que um esquema de Ponzi promete (e paga) requer um fluxo cada vez maior de dinheiro dos investidores para que este continue a funcionar.

O esquema está condenado ao colapso, pois há pouco ou nenhum rendimento gerado pelo dinheiro recebido pelo promotor. Contudo, o esquema é frequentemente interrompido pelas autoridades legais antes de este colapsar, seja porque se suspeita de um esquema de Ponzi, ou porque o promotor está a vender títulos não registrados. À medida que mais e mais investidores se envolvem, a probabilidade de chamar a atenção das autoridades aumenta também.

O esquema recebeu este nome em "homenagem" a Charles Ponzi, que se tornou famoso por usar esta técnica depois de ter emigrado da Itália para os Estados Unidos, em 1903. Ponzi não foi o primeiro a inventar tal esquema, mas a sua operação envolveu uma quantidade tal de dinheiro, que foi a primeira a ficar conhecida em todos os Estados Unidos. Os esquemas de hoje em dia são frequentemente muito mais sofisticados que o de Ponzi, se bem que o mecanismo subjacente seja bastante semelhante e que o princípio por detrás de todos os esquemas de Ponzi seja a exploração dos erros de avaliação decorrentes da falta de informação do investidor.

Exemplo hipotético

Foto de Charles Ponzi tirada em 1920. Um anúncio é colocado, prometendo ganhos extraordinários num investimento – por exemplo 20% para um contrato de 30 dias. O mecanismo preciso para este incrível retorno pode ser atribuido a qualquer coisa que pareça boa, mas não é específica: "arbitragem de divisas globais", "negociação de futuros cobertos" , "Programas de investimento de elevado retorno" ou alguma coisa parecida.

Sem qualquer historial comprovado para mostrar aos investidores, apenas alguns são aliciados e usualmente investem pequenas somas. Quase de certeza, passados 30 dias, o investidor recebe o capital original mais o retorno de 20%. Neste ponto, o investidor terá um maior incentivo para por mais dinheiro e, à medida que a palavra se começa a espalhar, mais investidores "agarram" a oportunidade para participar. Mais e mais pessoas pessoas investem e vêem os seus investimentos produzir os grandes retornos prometidos.

A realidade é que o retorno dos investidores iniciais está a ser pago a partir do dinheiro dos que entram depois e não a partir de quaisquer lucros. Não existe nenhuma "arbitragem de divisas globais", "negociação de futuros cobertos", ou "Programas de investimento de elevado retorno" a ocorrer na realidade. Em vez disso, à medida que cada investidor se chega à "fila", o seu dinheiro é usado para pagar os lucros dos que estão à sua frente.

Uma das razões para que o esquema inicialmente funcione tão bem, é a de que os investidores iniciais: –aqueles que realmente receberam elevados retornos, frequentemente reinvestem (mantêm) o seu dinheiro no esquema (ao fim e ao cabo, este paga melhor do que qualquer investimento alternativo). Assim, aqueles que gerem o esquema não precisam de pagar ou pagam muito pouco (em termos líquidos): –apenas têm de enviar declarações aos investidores mostrando quanto é que estes já ganharam ao manterem o dinheiro naquilo que parece um óptimo lugar para obter um elevado retorno.

O problema é que em algum momento uma de três coisas acontecerá:

  1. os promotores desaparecerão levando consigo todo o dinheiro (menos aquele que já tenham pago);
  2. o esquema colapsará sob o seu próprio peso, à medida que deixa de haver investidores para entrar no esquema e os promotores começam a ter problemas para pagar os retornos prometidos (e quando começam a ter problemas, a palavra espalha-se, e mais pessoas pedem de volta o seu dinheiro de uma forma semelhante a uma corrida ao banco);
  3. o esquema é exposto, pois, quando as autoridades começam a examinar os registos contabilísticos da suposta empresa, descobrem que muitos dos "activos" que deveriam existir, não existem.

O esquema de Ponzi original

Ver Charles Ponzi.

Esquemas de Ponzi notáveis

Ver esquemas de Ponzi notáveis.

O que não é um esquema de Ponzi

  • Um esquema em pirâmide é uma fraude semelhante nalguns apectos a um esquema de Ponzi, pois apoia-se na descrença da realidade financeira, incluindo a esperança de uma elevadíssima taxa de retorno. No entanto, várias características distinguem os esquemas em pirâmide dos esquemas de Ponzi:
  • Num esquema de Ponzi, o promotor funciona como um "núcleo" para as vítimas, interagindo com todas elas directamente. Num esquema em pirâmide, aqueles que recrutam novos participantes beneficiam directamente (de facto, a incapacidade em recrutar tipicamente significa nenhum retorno).
  • Um esquema de Ponzi alega basear-se numa abordagem esotérica, conexões privilegiadas, etc., e frequentemente atrai investidores remediados. Os esquemas em pirâmide explicitamente afirmam que o dinheiro novo será a fonte de pagamento dos investimentos iniciais.
  • Um esquema em pirâmide está condenado a colapsar bastante depressa, pela simples razão da necessidade de um crescimento exponencial de participantes para o suster. Em contrapartida, os esquemas de Ponzi podem sobreviver com um crescimento moderado de novos participantes, desde que a maior parte dos participantes "reinvista" o seu dinheiro.
  • Uma bolha. Uma bolha assenta na supressão da descrença e na expectativa de grandes lucros, mas não é o mesmo que um esquema de Ponzi. Uma bolha envolve um sempre crescente (e insustentável) aumento de preços num mercado livre (sejam acções, casas, tulipas, ou qualquer outra coisa). Enquanto os compradores estiverem dispostos a pagar os preços sempre crescentes, os vendedores podem sair com lucro. Não é necessário a existência de um esquema por detrás de uma bolha. (Na verdade, uma bolha pode surgir sem qualquer fraude: por exemplo, os preços do imobiliário num mercado local que aumentam de forma acentuada, mas que acabam também por cair de forma acentuada devido ao excesso de construção.) Diz-se que as bolhas são frequentemente baseadas na teoria de um maior tolo.
  • Roubar a Pedro para dar a Paulo. Quando chega o momento de pagar as dívidas e o dinheiro para as pagar não existe, seja por má sorte ou por roubo deliberado, os devedores pagam os seus empréstimos pedindo um outro empréstimo ou roubando de outros fundos que disponham. Tal não implica que isto seja um esquema de Ponzi, pois, a partir dos factos enunciados, não há nenhuma indicação de que aos credores foram prometidos ganhos anormalmente elevados provenientes de investimentos exóticos. Nem (a partir dos factos enunciados) existe qualquer indicação de que o credor (o banqueiro) está a aumentar progressivamente a quantidade de dinheiro emprestado ("investimento") para cobrir o pagamento dos investidores iniciais.

Como metáfora política

Alguns economistas do mercado livre, tais como Thomas Sowell, argumentam que os sistemas de segurança social são na realidade esquemas de Ponzi em larga escala.

Sowell e outros salientam que nos sistemas de segurança social os pagamentos são directamente provenientes de impostos e / ou outros tipos de contribuições não voluntárias e que nunca provém de poupanças ou investimentos. Em vez disso, as contribuições actuais (de um conjunto de indivíduos, que beneficiarão mais tarde) são utilizadas para pagar os benefícios correntes (de um outro conjunto de indivíduos).

Sowell e outros afirmam que o sistema de repartição começou a mostrar as suas falhas inerentes à medida que a demografia das economias ocidentais caminha para um maior número de pensionistas e um menor número de trabalhadores, devido ao declínio da taxa de natalidade e ao aumento da esperança de vida.

Os programas de aposentação geridos pelos governos nacionais, apesar de envolverem a transferência de impostos sobre trabalhadores para os pensionistas, diferem todavia numa série de características básicas usualmente encontradas nos esquemas de Ponzi, mas que não são fundamentais para estes:

  • Os sistemas de aposentação, como a segurança social, são abertamente designados por aquilo que são. Num esquema de Ponzi genuino, os autores falsamente afirmam que existe um negócio que gera as receitas prometidas. Na segurança social, as pessoas sabem de onde o dinheiro provém e os actuários fornecem previsões escritas das futuras entradas e saídas de dinheiro.
  • Os sistemas de aposentação prometem um estipêndio aos reformados, não os rápidos e exorbitantes lucros aos investidores actuais que os esquemas de Ponzi invariavelmente oferecem.
  • Retirement systems rely on the taxing power of the state to ensure continuous funding, as opposed to voluntary investor contributions. In practice, this taxing power has been used primarily for dedicated revenues (taxes), although in theory general tax revenues could be used to supplement worker payments into the systems. (Historically in the U.S., Social Security has almost always been in surplus, so this has not yet become an issue.) When and if the political process is used to raise required contributions via retirement taxes, or to reduce benefits (including raising the retirement age), there would certainly be opposition from those who would pay more or get less, but politicians have only those two choices (plus borrowing) if revenues are inadequate, aside from gradually ending the New Deal completely.
  • The idea of making Social Security a "fully funded" system has been discussed several times but always floundered on the cost. The cost has gone up as making any fundamental change has been deferred.
  • In the long run, retirement systems pay out an approximately equal amount to what was paid in, per contributor, plus interest Predefinição:Fact. In the short run, pension surpluses can be used to cover a government's current general-revenue shortfall, as has been happening in the United States since Social Security contribution rates were increased in 1983.
  • Retirement systems are in many ways insurance rather than investment systems. A person who dies before retirement gets no money back (regardless of what he/she paid in). Someone who lives to a very old age continues to get payments regardless of the amount of money he/she has paid in. And someone disabled, even at a relatively young age (well before he/she can make significant payments into the system, or have significant private investments), still receives payments until the end of his/her life. Due to this, the typical retiree who does not become disabled early sees a lower rate of return than the risk free rate.
  • Unlike a Ponzi scheme, government receipts (taxes) and payouts (entitlements) can be calculated quite accurately in the short term (five to ten years), and predicted (with a range of assumptions) for periods beyond that timeframe. A sudden collapse is therefore unlikely Predefinição:Fact, depending on one's definition of "sudden".

The U.S. Social Security Administration provides the following response<ref> "Ponzi Schemes" , which also describes the original Ponzi scheme in detail)</ref> to the "Ponzi scheme" accusation as applied to a pay-as-you-go system like Social Security:

There is a superficial analogy between pyramid or Ponzi schemes and pay-as-you-go insurance programs in that in both money from later participants goes to pay the benefits of earlier participants. But that is where the similarity ends. A pay-as-you-go system can be visualized as a simple pipeline, with money from current contributors coming in the front end and money to current beneficiaries paid out the back end. So we could [imagine] that at any given time there might be, say, 40 million people receiving benefits at the back end of the pipeline; and as long as we had 40 million people paying taxes in the front end of the pipe, the program could be sustained forever. It does not require a doubling of participants every time a payment is made to a current beneficiary. (There does not have to be precisely the same number of workers and beneficiaries at a given time--there just needs to be a stable relationship between the two.) As long as the amount of money coming in the front end of the pipe maintains a rough balance with the money paid out, the system can continue forever. There is no unsustainable progression driving the mechanism of a pay-as-you-go pension system and so it is not a pyramid or Ponzi scheme.
If the demographics of the population were stable, then a pay-as-you-go system would not have demographically-driven financing ups and downs and no thoughtful person would be tempted to compare it to a Ponzi arrangement. However, since population demographics tend to rise and fall, the balance in pay-as-you-go systems tends to rise and fall as well. During periods when more new participants are entering the system than are receiving benefits there tends to be a surplus in funding (as in the early years of Social Security). During periods when beneficiaries are growing faster than new entrants (as will happen when the baby boomers retire), there tends to be a deficit. This vulnerability to demographic ups and downs is one of the problems with pay-as-you-go financing. But this problem has nothing to do with Ponzi schemes, or any other fraudulent form of financing, it is simply the nature of pay-as-you-go systems.

O sistema monetário

There is an argument to be made that debt based monetary systems are essentially sophisticated Ponzi schemes. Debt based money, or fractional reserve banking requires that interest be paid on money which was created at the same moment a loan was created. Because of these ongoing interest payments, there is always less money available in circulation than there are debts. Paying the interest and debt must therefore require ongoing, additional and larger loans from the banks. The result is an exponentially increasing system which must collapse when the imbalances between currency and debt becomes too large, with the corresponding transfer of the ownership of real assets to the owners of the debt; the private banks. Through the creation and extinguishment of debt money, real assets are effectively "harvested" by the private banks and then sold to those with the money to buy the foreclosed assets.

This "boomerang" effect in the creation and extinguishment of debt money can also create a "boom-bust" cycle in the broader economy as debt money is created (thereby increasing the money supply) and subsequently destroyed (decreasing the money supply) when an inflated price "bubble" bursts, thereby resulting in a collapse in prices and a drying up of liquidity in that market, allowing the banks to foreclose on distressed assets and recycle these assets into the market at lower "fire sale" prices.

See also

References

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