Diferenças entre edições de "Tabela de mortalidade"

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'''Tábua de Mortalidade''', também chamada de '''Tábua de Vida''' ou '''Tábua A(c)tuarial''' é uma tabela utilizada principalmente no [[cálculo atuarial]], em planos de [[previdência]] e [[seguro]]s de vida, tanto no setor público, quanto no setor privado, para calculara as [[probabilidade]]s de vida e morte de uma população, em função da idade.
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'''Tabela de Mortalidade''', também chamada de '''Tabela Actuarial''' é uma tabela utilizada principalmente no [[cálculo actuarial]], em [[Fundo de pensões|fundos de pensões]] e [[seguro]]s de vida, tanto no sector público, como no sector privado, para calcular as [[probabilidade]]s de vida e morte de uma população, em função da idade.
  
As tábuas são criadas a partir de dados provenientes principalmente de Censos Populacionais. Ela apresenta a [[probabilidade]] de [[mortalidade|morte]] e [[sobrevida]] de um determinado número de indivíduos em uma certa idades, entre outros dados que variam conforme a tábua.
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As tabelas são criadas a partir de dados provenientes principalmente de Censos Populacionais. Elas apresentam a [[probabilidade]] de morte e sobrevida de um determinado número de indivíduos numa certa idade, entre outros dados que variam conforme a tabela.
  
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As tabelas de mortalidade também são utilizadas para traçar políticas públicas e estudos demográficos.
  
 
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O primeiro cientista a tentar construir um Tábua de Mortalidade foi o [[inglês]] [[John Graunt]]. Ao longo de sua vida, ele esforçou-se para a obtenção de dados referentes à [[mortalidade]] de pessoas, mas faceleu sem concluir seu trabalho.
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O primeiro cientista a tentar construir uma tabela de mortalidade foi o inglês [[John Graunt]]. Ao longo de sua vida, ele esforçou-se para a obtenção de dados referentes à mortalidade de pessoas, mas faleceu sem concluir o seu trabalho.
  
 
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A primeira tábua de mortalidade construída sobre princípios realmente científicos foi a ''Breslaw Table'', elaborada por [[Edmund Halley]] em [[1693]]. Seu nome vêm da cidade em que os dados foram coletados, Breslaw, atual [[Wroclaw]], na [[Polônia]].
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A primeira tabela de mortalidade construída sobre princípios realmente científicos foi a ''Breslaw Table'', elaborada por [[Edmund Halley]] em 1693. Seu nome vem da cidade em que os dados foram coletados, Breslaw, actual Wroclaw, na Polônia.
  
Breslaw foi escolhida porque ficava geograficamente longe do mar, de modo que as [[imigração]] e [[emigração]] eram pequenas, gerando uma estabilidade [[demografia|demográfica]] com a qual [[John Graunt]] não pode contar em [[Londres]].
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Breslaw foi escolhida porque ficava geograficamente longe do mar, de modo que a imigração e emigração eram pequenas, gerando uma estabilidade demográfica com a qual [[John Graunt]] não pode contar em Londres.
  
==Tábuas Atuais==
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==Tabelas Actuais==
Somente no ano de 1815, [[Milne]] elaborou uma tábua de mortalidade por meio de técnicas estatísticas e demográficas similares às utilizada atualmente. Levando em conta as informações populacionais de expostos ao risco de morte observados na cidade [[Inglaterra|inglesa]] de [[Carlisle]]. Desde então, um grande número de tábuas foi publicado em todo o mundo.
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Em 1815, [[Joshua Milne]], actuário da ''Sun Life'', apresentou uma tabela de mortalidade por meio de técnicas estatísticas e demográficas similares às utilizada actualmente. Levando em conta as informações populacionais de expostos ao risco de morte observados na cidade inglesa de Carlisle. Desde então, um grande número de tabelas foi publicado em todo o mundo.
  
No [[Brasil]] existem três tábuas de mortalidade (''Experiência Brasileira'' [[1980]], [[1991]] e [[2002]]) criadas pelo [[IBGE]], e anualmente são divulgadas tábuas que são fruto de um modelo de projeção populacional elaborado com as informações conhecidas. Esses modelos precisam ser revistos sempre que uma nova tábua é incorporada ao conjunto. As tábuas criadas pelo IBGE são pouco utilizadas no mercado previdenciário e securitário por apresentarem taxas relativas ao conjunto da população, que são diferentes das registradas entre o nicho de mercado das pessoas que compram esse tipo de produto. A [[Susep]], orgão fiscalizador do setor, adota a tábua AT-2000,  de origem estadunidense.
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No Brasil existem três tabelas de mortalidade (''Experiência Brasileira'' 1980, 1991 e 2002) criadas pelo [[IBGE]], e anualmente são divulgadas tabelas que são fruto de um modelo de projecção populacional elaborado com as informações conhecidas. Esses modelos precisam ser revistos sempre que uma nova tabela é incorporada no conjunto. As tabelas criadas pelo IBGE são pouco utilizadas no mercado previdenciário e securitário por apresentarem taxas relativas ao conjunto da população, que são diferentes das registradas entre o nicho de mercado das pessoas que compram esse tipo de produto. A [[Susep]], orgão fiscalizador do sector, adota a tabela AT-2000,  de origem estadunidense.
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As tábuas de mortalidade são divididas em colunas que cruzam a idade (representada por <tex>\,x</tex>) com uma informação.
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==Tábua de Comutação==
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==Tabela de Comutação==
Com a aplicação de uma taxa de [[juro]]s sobre os dados de uma tábua de mortalidade cria-se uma '''Tábua de Comutação'''. As tábuas de comutação simplificam o cálculo de diversas operações relacionadas à [[seguro]]s de vida e [[previdência]], por exemplo.
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Com a aplicação de uma taxa de [[juro]]s sobre os dados de uma tabela de mortalidade cria-se uma '''Tabela de Comutação'''. As tabelas de comutação simplificam o cálculo de diversas operações relativas a [[seguro]]s de vida e fundos de pensões, por exemplo.
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Em um ambiente com aumento da [[esperança de vida]] e redução das taxas de [[juro]]s reais (que remuneram o capital poupado para reforma), surge a necessidade de uma evolução no conceito de tabelas actuariais, visto que as tabelas de mortalidade representam modelos estáticos. Assim, passaram a ser desenvolvidas as '''Tabelas Geracionais''' ou '''Intergeracionais''' que atribuem uma taxa de mortalidade às diferentes "gerações", representadas pelo ano de nascimento, criando assim tabelas mais dinâmicas.
  
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As tabelas geracionais permitem uma melhor avaliação da mortalidade e sobrevivência, antecipando os efeitos do aumento da expectativa de vida, consequência dos avanços tecnológicos e da melhoria das condições da vida humana. São mais difundidas em países como Suiça e França, que possuem bases [[estatística]]s e instituições mais sólidas. No Brasil, por exemplo, existem poucos dados referentes a mortalidade, especialmente tratando-se da faixa populacional que compra produtos de previdência e seguros contra morte e as empresas são obrigadas e escolher na criação de um produto uma tabela de mortalidade (estática) e uma taxa de juro, entre 0% e 6% ao ano, que deverá ser perseguida, além da [[inflação]].
  
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==Ver também==
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*[[Cálculo actuarial]]
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{{Wikipedia|Tábua_de_mortalidade}}
  
[[Categoria:Estatística]]
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[[Categoria:Estatística]][[Categoria:Cálculo actuarial]]

Edição atual desde as 09h10min de 10 de março de 2010

Tábua CDC 2003 Tabela de Mortalidade, também chamada de Tabela Actuarial é uma tabela utilizada principalmente no cálculo actuarial, em fundos de pensões e seguros de vida, tanto no sector público, como no sector privado, para calcular as probabilidades de vida e morte de uma população, em função da idade.

As tabelas são criadas a partir de dados provenientes principalmente de Censos Populacionais. Elas apresentam a probabilidade de morte e sobrevida de um determinado número de indivíduos numa certa idade, entre outros dados que variam conforme a tabela.

As tabelas de mortalidade também são utilizadas para traçar políticas públicas e estudos demográficos.

Origem

O primeiro cientista a tentar construir uma tabela de mortalidade foi o inglês John Graunt. Ao longo de sua vida, ele esforçou-se para a obtenção de dados referentes à mortalidade de pessoas, mas faleceu sem concluir o seu trabalho.

Breslaw Table

A primeira tabela de mortalidade construída sobre princípios realmente científicos foi a Breslaw Table, elaborada por Edmund Halley em 1693. Seu nome vem da cidade em que os dados foram coletados, Breslaw, actual Wroclaw, na Polônia.

Breslaw foi escolhida porque ficava geograficamente longe do mar, de modo que a imigração e emigração eram pequenas, gerando uma estabilidade demográfica com a qual John Graunt não pode contar em Londres.

Tabelas Actuais

Em 1815, Joshua Milne, actuário da Sun Life, apresentou uma tabela de mortalidade por meio de técnicas estatísticas e demográficas similares às utilizada actualmente. Levando em conta as informações populacionais de expostos ao risco de morte observados na cidade inglesa de Carlisle. Desde então, um grande número de tabelas foi publicado em todo o mundo.

No Brasil existem três tabelas de mortalidade (Experiência Brasileira 1980, 1991 e 2002) criadas pelo IBGE, e anualmente são divulgadas tabelas que são fruto de um modelo de projecção populacional elaborado com as informações conhecidas. Esses modelos precisam ser revistos sempre que uma nova tabela é incorporada no conjunto. As tabelas criadas pelo IBGE são pouco utilizadas no mercado previdenciário e securitário por apresentarem taxas relativas ao conjunto da população, que são diferentes das registradas entre o nicho de mercado das pessoas que compram esse tipo de produto. A Susep, orgão fiscalizador do sector, adota a tabela AT-2000, de origem estadunidense.

Suavização

Uma técnica por vezes adotadas pelas empresas de seguros de pessoas e de previdência é a suavização dos valores das tabelas de mortalidade, visando criar tabelas em que a mortalidade é reduzida para fazer frente ao aumento da esperança de vida.

Características

As tabelas de mortalidade são divididas em colunas que cruzam a idade (representada por \,x) com uma informação.

Pricipais funções
  • \,l_x: representa o número de sobreviventes com a idade \,x.
  • \,d_x: representa o número de indivíduos que faleceram ao longo da idade \,x.
  • \,q_x: é a probabilidade de um indivíduo com idade \,x de falecer ao decorrer desta idade.
  • \,p_x: é a probabilidade de um indivíduo com idade \,x de sobreviver ao longo desta idade, ou seja, de chegar com vida a próxima idade.

Tabela de Comutação

Com a aplicação de uma taxa de juros sobre os dados de uma tabela de mortalidade cria-se uma Tabela de Comutação. As tabelas de comutação simplificam o cálculo de diversas operações relativas a seguros de vida e fundos de pensões, por exemplo.

Principais funções
Sobrevivência
  • \,D_x=l_x.v^x: Comutação de primeira ordem
  • \,N_x=\sum_{x=x}^{\omega} D_x: Comutação de segunda ordem
  • \,S_x=\sum_{x=x}^{\omega} N_x: Comutação de terceira ordem
Morte
  • \,C_x=d_x.v^{x+1}: Comutação de primeira ordem
  • \,M_x=\sum_{x=x}^{\omega} C_x: Comutação de segunda ordem
  • \,R_x=\sum_{x=x}^{\omega} M_x: Comutação de terceira ordem

Onde:

\,v=(1+i)^{-1}

\,v: fator de desconto

\,i: taxa de juros

\,x: período

\omega: ultima idade atingivel pela tabela de mortalidade

Tabela Intergeracional

Em um ambiente com aumento da esperança de vida e redução das taxas de juros reais (que remuneram o capital poupado para reforma), surge a necessidade de uma evolução no conceito de tabelas actuariais, visto que as tabelas de mortalidade representam modelos estáticos. Assim, passaram a ser desenvolvidas as Tabelas Geracionais ou Intergeracionais que atribuem uma taxa de mortalidade às diferentes "gerações", representadas pelo ano de nascimento, criando assim tabelas mais dinâmicas.

As tabelas geracionais permitem uma melhor avaliação da mortalidade e sobrevivência, antecipando os efeitos do aumento da expectativa de vida, consequência dos avanços tecnológicos e da melhoria das condições da vida humana. São mais difundidas em países como Suiça e França, que possuem bases estatísticas e instituições mais sólidas. No Brasil, por exemplo, existem poucos dados referentes a mortalidade, especialmente tratando-se da faixa populacional que compra produtos de previdência e seguros contra morte e as empresas são obrigadas e escolher na criação de um produto uma tabela de mortalidade (estática) e uma taxa de juro, entre 0% e 6% ao ano, que deverá ser perseguida, além da inflação.


Ver também


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