Diferenças entre edições de "Viés"

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Do francês ''biais'' originou-se ''bias'' em inglês, por supressão da vogal da última sílaba.
  
 
A transformação de ''biais'' do francês em viés, no português, deve-se ao facto que em Portugal as consoantes b e v têm som muito semelhante e que o ditongo ''ai'' em francês soa como ''e''.
 
A transformação de ''biais'' do francês em viés, no português, deve-se ao facto que em Portugal as consoantes b e v têm som muito semelhante e que o ditongo ''ai'' em francês soa como ''e''.
  
A palavra viés, com o sentido de direção oblíqua, é bem antiga na [[língua portuguesa]], datando do [[século XV]]. Escrevia-se  inicialmente vyees, passando a viez (com a letra z), ou vieis (com ou sem acento na última sílaba), conforme se encontra nos léxicos do [[século XIX]] (Moraes, 1813; Constâncio, [[1845]]; Faria, [[1856]]; Lacerda, [[1874]], Vieira, [[1874]], Aulete, [[1881]]; C. Figueiredo, [[1899]]) e, finalmente, à forma gráfica actual de viés.  
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A palavra viés, com o sentido de direção oblíqua, é bem antiga na língua portuguesa, datando do século XV. Escrevia-se  inicialmente vyees, passando a viez (com a letra z), ou vieis (com ou sem acento na última sílaba), conforme se encontra nos léxicos do século XIX (Moraes, 1813; Constâncio, 1845; Faria, 1856; Lacerda, 1874, Vieira, 1874, Aulete, 1881; C. Figueiredo, 1899) e, finalmente, à forma gráfica actual de viés.  
  
Usa-se frequentemente o termo "enviesamento". O seu uso em estatística é recente, datando do [[século XX]]. Não se deve utilizar a palavra inglesa ''bias'' nos textos em português.
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Usa-se frequentemente o termo "enviesamento". O seu uso em estatística é recente, datando do século XX. Não se deve utilizar a palavra inglesa ''bias'' nos textos em português.
  
  
 
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Edição atual desde as 18h32min de 12 de julho de 2008

Viés é um termo usado em estatística para expressar o erro sistemático ou tendenciosidade.

Por extensão de sentido usa-se a palavra viés para designar qualquer comentário ou análise que seja tendenciosa, isto é, que não respeite os princípios da imparcialidade.

Etimologia

A etimologia de biais em francês é incerta, sendo possíveis:

  1. Alteração do latim obliquos.
  2. Do latim bifax ou bifacem (duas faces)
  3. Do grego epikarsios, oblíquo.
  4. Do latim biaxius (dois eixos)

Do francês biais originou-se bias em inglês, por supressão da vogal da última sílaba.

A transformação de biais do francês em viés, no português, deve-se ao facto que em Portugal as consoantes b e v têm som muito semelhante e que o ditongo ai em francês soa como e.

A palavra viés, com o sentido de direção oblíqua, é bem antiga na língua portuguesa, datando do século XV. Escrevia-se inicialmente vyees, passando a viez (com a letra z), ou vieis (com ou sem acento na última sílaba), conforme se encontra nos léxicos do século XIX (Moraes, 1813; Constâncio, 1845; Faria, 1856; Lacerda, 1874, Vieira, 1874, Aulete, 1881; C. Figueiredo, 1899) e, finalmente, à forma gráfica actual de viés.

Usa-se frequentemente o termo "enviesamento". O seu uso em estatística é recente, datando do século XX. Não se deve utilizar a palavra inglesa bias nos textos em português.


Viés estatístico

Em estatística o conceito de viés está muito associado à teoria da estimação.

Para se assegurarem que produzem estimadores de qualidade para um dado parâmetro (e.g. média populacional, variância, etc.) os estatísticos calculam habitualmente o viés associado aos estimadores produzidos.

O viés é calculado como a diferença entre o verdadeiro valor do parâmetro e o valor produzido pelo estimador em apreço. Ou seja, é a diferença entre o valor esperado do estimador e o verdadeiro valor do parâmetro a estimar.

O valor esperado é dado pelo ponto central da distribuição amostral do estimador, sendo esta obtida mediante a repetição infinita do processo amostral de modo a obter todos os valores que o estimador possa assumir e a respectiva frequência.

Quando não existe enviesamento, em média, estas duas grandezas coincidem, e o viés é nulo.

Quando existe enviesamento, o estimador produz estimativas sistematicamente desviadas do verdadeiro valor do parâmetro, quer por excesso quer por defeito. Neste caso os estatísticos procuram usar funções matemáticas para corrigir o viés encontrado.

Ver também


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