Diferenças entre edições de "Prevendo o previsível"

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Todos os dias, milhões de traders tentam adivinhar o que irá fazer o DAX, o S&P, um qualquer papel no meio de dezenas de milhares de papéis, o EUR/USD, ou uma qualquer commodity.
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Todos os dias, milhões de traders tentam adivinhar o que irá fazer o DAX, o S&P, um qualquer papel no meio de dezenas de milhares de papéis, o EUR/USD, ou uma qualquer [[commodity]].
 
   
 
   
 
Tentam, dia após dia, prever o comportamento essencialmente dos mesmos activos. E isto directamente contra o debate académico que coloca de um lado os que dizem que os mercados são aleatórios, e do outro os que dizem que não são aleatórios ... mas são quase. Ou seja, um debate em que ninguém discute aquilo que todos tomam por garantido: que sejam o que forem, são incrivelmente difíceis de prever.
 
Tentam, dia após dia, prever o comportamento essencialmente dos mesmos activos. E isto directamente contra o debate académico que coloca de um lado os que dizem que os mercados são aleatórios, e do outro os que dizem que não são aleatórios ... mas são quase. Ou seja, um debate em que ninguém discute aquilo que todos tomam por garantido: que sejam o que forem, são incrivelmente difíceis de prever.
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'''Ou seja, em grande medida não se deve tentar prever o rumo de algo que escolhemos. Deve antes olhar-se para a realidade, contemplar, analisar os mais diversos activos e mercados, até que algo dessa mesma realidade salte aos olhos como previsível.'''
 
'''Ou seja, em grande medida não se deve tentar prever o rumo de algo que escolhemos. Deve antes olhar-se para a realidade, contemplar, analisar os mais diversos activos e mercados, até que algo dessa mesma realidade salte aos olhos como previsível.'''
 
   
 
   
Se repararmos, esta filosofia aparece em muitos investimentos de sucesso. O Warren Buffett não tentou prever o comportamento das junk bonds todos os dias, apenas constatou que em 2002 estavam preçadas de forma irracional e comprou. O Ming não tentou prever o comportamento do petróleo todos os dias quando decidiu expor-se a este, apenas constatou que existia uma razão (o Peak Oil) que tornava previsível o comportamento do petróleo a prazo. Jim Rogers não tenta prever o comportamento de um dado mercado todos os dias, tomou antes contacto com n mercados, e destes escolheu os que tinham maior probabilidade de subir e comprou, e por aí em diante.
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Se repararmos, esta filosofia aparece em muitos investimentos de sucesso. O [[Warren Buffett]] não tentou prever o comportamento das junk bonds todos os dias, apenas constatou que em 2002 estavam preçadas de forma irracional e comprou. O Ming não tentou prever o comportamento do petróleo todos os dias quando decidiu expor-se a este, apenas constatou que existia uma razão (o [[Peak oil]]) que tornava previsível o comportamento do petróleo a prazo. [[Jim Rogers]] não tenta prever o comportamento de um dado mercado todos os dias, tomou antes contacto com n mercados, e destes escolheu os que tinham maior probabilidade de subir e comprou, e por aí em diante.
 
   
 
   
 
Foi também esta aproximação que permitiu prever aqui no Think Finance coisas como a viragem e subida das linhas aéreas (prevista no início de 2005, ocorreu precisamente a partir daí), ou o fim da bolha imobiliária nos EUA (prevista no 1º Trimestre 2005, a correcção dos homebuilders começou aí mesmo, o fim da bolha deu-se no final de 2005), ou a correcção dos mercados emergentes em 2006 (prevista no 1º Trimestre 2006, a correcção deu-se em Maio 2006). Estas coisas foram previstas não porque estavamos todos os dias a tentar prever o que se passaria em cada um desses mercados, mas sim porque esses mercados produziram situações previsíveis.
 
Foi também esta aproximação que permitiu prever aqui no Think Finance coisas como a viragem e subida das linhas aéreas (prevista no início de 2005, ocorreu precisamente a partir daí), ou o fim da bolha imobiliária nos EUA (prevista no 1º Trimestre 2005, a correcção dos homebuilders começou aí mesmo, o fim da bolha deu-se no final de 2005), ou a correcção dos mercados emergentes em 2006 (prevista no 1º Trimestre 2006, a correcção deu-se em Maio 2006). Estas coisas foram previstas não porque estavamos todos os dias a tentar prever o que se passaria em cada um desses mercados, mas sim porque esses mercados produziram situações previsíveis.

Edição atual desde as 09h02min de 12 de outubro de 2008

Todos os dias, milhões de traders tentam adivinhar o que irá fazer o DAX, o S&P, um qualquer papel no meio de dezenas de milhares de papéis, o EUR/USD, ou uma qualquer commodity.

Tentam, dia após dia, prever o comportamento essencialmente dos mesmos activos. E isto directamente contra o debate académico que coloca de um lado os que dizem que os mercados são aleatórios, e do outro os que dizem que não são aleatórios ... mas são quase. Ou seja, um debate em que ninguém discute aquilo que todos tomam por garantido: que sejam o que forem, são incrivelmente difíceis de prever.

Não existirá outra aproximação?

Eu penso que existe. Eu penso que devemos tentar prever o previsível, em vez de escolhermos o que queremos prever.

Ou seja, em grande medida não se deve tentar prever o rumo de algo que escolhemos. Deve antes olhar-se para a realidade, contemplar, analisar os mais diversos activos e mercados, até que algo dessa mesma realidade salte aos olhos como previsível.

Se repararmos, esta filosofia aparece em muitos investimentos de sucesso. O Warren Buffett não tentou prever o comportamento das junk bonds todos os dias, apenas constatou que em 2002 estavam preçadas de forma irracional e comprou. O Ming não tentou prever o comportamento do petróleo todos os dias quando decidiu expor-se a este, apenas constatou que existia uma razão (o Peak oil) que tornava previsível o comportamento do petróleo a prazo. Jim Rogers não tenta prever o comportamento de um dado mercado todos os dias, tomou antes contacto com n mercados, e destes escolheu os que tinham maior probabilidade de subir e comprou, e por aí em diante.

Foi também esta aproximação que permitiu prever aqui no Think Finance coisas como a viragem e subida das linhas aéreas (prevista no início de 2005, ocorreu precisamente a partir daí), ou o fim da bolha imobiliária nos EUA (prevista no 1º Trimestre 2005, a correcção dos homebuilders começou aí mesmo, o fim da bolha deu-se no final de 2005), ou a correcção dos mercados emergentes em 2006 (prevista no 1º Trimestre 2006, a correcção deu-se em Maio 2006). Estas coisas foram previstas não porque estavamos todos os dias a tentar prever o que se passaria em cada um desses mercados, mas sim porque esses mercados produziram situações previsíveis.

Assim, pode-se dizer que existe uma alternativa a estar todos os dias a tentar prever o rumo de um dado mercado ou activo, e que essa alternativa em muitos casos produzirá situações muito mais fáceis de prever e com muito maior retorno e menor risco para o investidor/especulador.

(Um outro artigo relacionado com este tema é Trading - Os inevitáveis)


Autor

Incognitus, em 12/7/2006

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