Diferenças entre edições de "Peak oil"
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[[Imagem:Hubbert world 2004.png|thumb|250px|Previsões do governo estadunidense em 2004 para a produção de petróleo fora dos países da OPEP e ex-União Soviética]] | [[Imagem:Hubbert world 2004.png|thumb|250px|Previsões do governo estadunidense em 2004 para a produção de petróleo fora dos países da OPEP e ex-União Soviética]] | ||
+ | O momento em que a produção de [[petróleo]] a nível mundial atinge o seu máximo é usualmente conhecido pela expressão '''Peak Oil''' (em Português, '''Pico do Petróleo'''). Por vezes fala-se também de '''Pico de Hubbert''', em homenagem ao geólogo americano [[Marion King Hubbert]] que primeiro estudou, em termos científicos, a curva de produção dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e [[gás natural]]). Segundo Hubbert, ao nivel de uma grande região produtiva (que agregue muitos poços e campos individuais) ou, por maioria de razão, ao nível do planeta inteiro, a taxa de produção tende a seguir uma curva em forma de sino, que pode ser aproximada por uma [[curva normal]]. Independentemente da forma da curva de produção, no início da curva (pré-pico), a produção aumenta com o acréscimo de infra-estrutura produtiva. Já na fase posterior (pós-pico), a produção diminui devido ao esgotamento do recurso. | ||
− | + | Hubbert apresentou um primeiro artigo sobre a disponibilidade e o esgotamento dos combustíveis fósseis em 1949, na influente revista Science <ref>[http://www.hubbertpeak.com/hubbert/science1949/ Hubbert, King, "Energy from Fossil Fuels"]</ref>. | |
− | + | Num artigo de 1956 anunciou a arriscada previsão de que a produção de petróleo nos Estados Unidos contíguos (Alasca excluído) atingiria seu máximo até 1970<ref>[http://www.hubbertpeak.com/hubbert/1956/1956.pdf Hubbert, King, "Nuclear Fuel and the Fossil Fuel"]</ref>. | |
− | Hubbert apresentou um primeiro artigo sobre a disponibilidade e o esgotamento dos combustíveis fósseis em 1949, na influente revista Science | + | |
− | Num artigo de 1956 anunciou a arriscada previsão de que a produção de petróleo nos Estados Unidos contíguos (Alasca excluído) atingiria seu máximo até 1970<ref>[http://www.hubbertpeak.com/hubbert/1956/1956.pdf Hubbert, King, "Nuclear Fuel and the Fossil Fuel"]</ref> . | + | |
Nessa altura os USA eram o maior produtor mundial de petróleo, e a sua produção estava em acelerado crescimento, pelo que esta previsão foi muito contestada. No entanto, veio a revelar-se correcta, uma vez que a produção máxima dos USA ocorreu precisamente em 1970. | Nessa altura os USA eram o maior produtor mundial de petróleo, e a sua produção estava em acelerado crescimento, pelo que esta previsão foi muito contestada. No entanto, veio a revelar-se correcta, uma vez que a produção máxima dos USA ocorreu precisamente em 1970. | ||
Em 1971, Hubbert publicou outro artigo, desta vez indicando que o pico mundial de produção de petróleo ocorreria provavelmente por volta do ano 2000. Esta previsão poderia ter-se tambem revelado correcta se as crises politicas das décadas de 1970 e 1980 não tivessem alterado o ritmo anterior da evolução da produção e do consumo de petróleo. | Em 1971, Hubbert publicou outro artigo, desta vez indicando que o pico mundial de produção de petróleo ocorreria provavelmente por volta do ano 2000. Esta previsão poderia ter-se tambem revelado correcta se as crises politicas das décadas de 1970 e 1980 não tivessem alterado o ritmo anterior da evolução da produção e do consumo de petróleo. | ||
− | A data exacta do Pico do Petróleo é um assunto ainda em aberto. | + | ==Previsões== |
+ | A data exacta do Pico do Petróleo é um assunto ainda em aberto. Os picos de produção são muito difíceis de prever, e em geral só podem ser identificados de maneira segura algum tempo depois de ocorrerem. O pico da descoberta de reservas petrolíferas ocorreu em 1962 <ref>[http://dieoff.org/page85.htm Ivanhoe, L. F. , "Future world oil supplies: There is a finite limit"]</ref>. De acordo com as avaliações mais pessimistas, o Pico do Petróleo pode já ter ocorrido em 2006. As estimativas respeitáveis que existem para a data exacta distribuem-se entre 2006 e 2020, mas a maioria dos especialistas aponta actualmente para datas anteriores a 2012. | ||
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+ | ==Consequências== | ||
+ | As opiniões sobre os efeitos do Pico do Petróleo, e o declínio terminal a seguir, variam enormemente. Alguns prevêem que a [[economia de mercado]] a as capacidades inventivas dos seres humanos proporcionarão soluções que evitarão disrupções graves. Outros antecipam um cenário apocalíptico: a dissolução económica global, o colapso completo das sociedades industrializadas, e a morte da maior parte da população do planeta devido à fome e a conflitos armados. A maioria dos especialistas, aponta para cenários intermédios, ainda dificeis de prever porque os efeitos exactos dependem de numerosíssimas variáveis, entre as quais as ligadas a opções presentes e futuras a nível de politicas nacionais ou empresariais, e até ao nível dos comportamentos individuais dos habitantes humanos da Terra. | ||
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+ | ==Ver também== | ||
+ | *[[Peak Oil - O Relatório Hirsch]] | ||
+ | *[[Peak Oil - O Relatório Hirsch II]] | ||
+ | *[[Efeitos do Peak Oil na economia]] | ||
+ | *[[Energias alternativas]] | ||
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+ | ==Referências== | ||
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+ | ==Links relevantes== | ||
+ | *[http://www.ccs.neu.edu/home/gene/peakoil/ Gene Cooperman: Beyond Peak Oil - A Survey Based on Primary Statistics] | ||
+ | *[http://www.eia.doe.gov/oil_gas/petroleum/info_glance/petroleum.html EIA - Energy Information Administration, Estatísticas sobre crude e combustíveis] | ||
+ | *[http://www.wtrg.com/prices.htm História e análise dos preços do petróleo.] Inclui gráficos de longo prazo de preços, produção e consumo. | ||
+ | *[http://www.nationmaster.com/graph/ene_oil_con-energy-oil-consumption Consumo de petróleo por País] | ||
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Edição atual desde as 13h51min de 18 de março de 2010
O momento em que a produção de petróleo a nível mundial atinge o seu máximo é usualmente conhecido pela expressão Peak Oil (em Português, Pico do Petróleo). Por vezes fala-se também de Pico de Hubbert, em homenagem ao geólogo americano Marion King Hubbert que primeiro estudou, em termos científicos, a curva de produção dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural). Segundo Hubbert, ao nivel de uma grande região produtiva (que agregue muitos poços e campos individuais) ou, por maioria de razão, ao nível do planeta inteiro, a taxa de produção tende a seguir uma curva em forma de sino, que pode ser aproximada por uma curva normal. Independentemente da forma da curva de produção, no início da curva (pré-pico), a produção aumenta com o acréscimo de infra-estrutura produtiva. Já na fase posterior (pós-pico), a produção diminui devido ao esgotamento do recurso.
Hubbert apresentou um primeiro artigo sobre a disponibilidade e o esgotamento dos combustíveis fósseis em 1949, na influente revista Science <ref>Hubbert, King, "Energy from Fossil Fuels"</ref>. Num artigo de 1956 anunciou a arriscada previsão de que a produção de petróleo nos Estados Unidos contíguos (Alasca excluído) atingiria seu máximo até 1970<ref>Hubbert, King, "Nuclear Fuel and the Fossil Fuel"</ref>. Nessa altura os USA eram o maior produtor mundial de petróleo, e a sua produção estava em acelerado crescimento, pelo que esta previsão foi muito contestada. No entanto, veio a revelar-se correcta, uma vez que a produção máxima dos USA ocorreu precisamente em 1970. Em 1971, Hubbert publicou outro artigo, desta vez indicando que o pico mundial de produção de petróleo ocorreria provavelmente por volta do ano 2000. Esta previsão poderia ter-se tambem revelado correcta se as crises politicas das décadas de 1970 e 1980 não tivessem alterado o ritmo anterior da evolução da produção e do consumo de petróleo.
Previsões
A data exacta do Pico do Petróleo é um assunto ainda em aberto. Os picos de produção são muito difíceis de prever, e em geral só podem ser identificados de maneira segura algum tempo depois de ocorrerem. O pico da descoberta de reservas petrolíferas ocorreu em 1962 <ref>Ivanhoe, L. F. , "Future world oil supplies: There is a finite limit"</ref>. De acordo com as avaliações mais pessimistas, o Pico do Petróleo pode já ter ocorrido em 2006. As estimativas respeitáveis que existem para a data exacta distribuem-se entre 2006 e 2020, mas a maioria dos especialistas aponta actualmente para datas anteriores a 2012.
Consequências
As opiniões sobre os efeitos do Pico do Petróleo, e o declínio terminal a seguir, variam enormemente. Alguns prevêem que a economia de mercado a as capacidades inventivas dos seres humanos proporcionarão soluções que evitarão disrupções graves. Outros antecipam um cenário apocalíptico: a dissolução económica global, o colapso completo das sociedades industrializadas, e a morte da maior parte da população do planeta devido à fome e a conflitos armados. A maioria dos especialistas, aponta para cenários intermédios, ainda dificeis de prever porque os efeitos exactos dependem de numerosíssimas variáveis, entre as quais as ligadas a opções presentes e futuras a nível de politicas nacionais ou empresariais, e até ao nível dos comportamentos individuais dos habitantes humanos da Terra.
Ver também
- Peak Oil - O Relatório Hirsch
- Peak Oil - O Relatório Hirsch II
- Efeitos do Peak Oil na economia
- Energias alternativas
Referências
Links relevantes
- Gene Cooperman: Beyond Peak Oil - A Survey Based on Primary Statistics
- EIA - Energy Information Administration, Estatísticas sobre crude e combustíveis
- História e análise dos preços do petróleo. Inclui gráficos de longo prazo de preços, produção e consumo.
- Consumo de petróleo por País
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