Newsletter Bonsinvestimentos.com, Janeiro 2006

Da Thinkfn

Newsletter Bonsinvestimentos.com

Navegando na tempestade financeira do bear market secular nas bolsas e do bull market secular nas commodities


Edição 5

Janeiro de 2006


Bom Ano!

Bom ano e bemvindo à edição de Janeiro da Newsletter BonsInvestimentos.com


OVERVIEW

As Bolsas em 2005


Os principais indíces bolsistas cairam em Dezembro e terminaram o ano mistos.

O Dow Jones terminou nos 10717 pontos, uma queda de 0,8% no mês e 0,6% no ano.

O Standard & Poors 500 nos 1248, com uma ligeira queda de 0,1% no mês e uma subida anual de 3%.

O Nasdaq encerrou nos 2205, uma queda de 1,2% em Dezembro, mas conseguiu um ganho de 1,4% em 2005.


O PSI-20 acumulou uma subida anual de 13,4%, para terminar nos 8618 pontos, face aos 7600 pontos com que tinha fechado 2004.


Em 2005 a Fed subiu a taxa de juro sete vezes de 2,25% no final de 2004 até aos 4,25%.

O mercado espera agora que a Fed apenas suba as taxas num total de 0,50%, em subidas de 0,25% nas próximas duas reuniões.


Pela primeira vez em cinco anos, verificou-se nos EUA o início da inversão da curva das taxas de juro, a “yield curve”, com as taxas de juro dos prazos mais curtos a ficarem mais altas que as de longo prazo, aponta para uma recessão económica nos próximos meses.

Bill Gross, o guru das obrigações, diz que o bear market das obrigações americanas acabou.


Os primeiros dias de 2006 verificam a possibilidade referida na última newsletter: um rally das bolsas em Janeiro que volta a testar os máximos de 2005, acompanhando a expectativa de que a Fed irá parar as subidas das taxas de juro.

A nossa análise aponta para que a subida das bolsas a partir deste ponto está limitada a poucos pontos percentuais, provavelmente a um teste das resistências técnicas multianuais a que se seguirá uma séria queda, de pelo menos 10% a 15% nos primeiros meses de 2006. O mês de Janeiro poderá marcar os máximos da bolsas este semestre e possivelmente de todo o ano.

A tendência primária de longo prazo das bolsas é de mercado Bear que teve início no ano 2000, a nossa análise aponta para que nos próximos anos as bolsas vão cair.


O verdadeiro bull market está nas commodities, a Prata é um dos melhores investimentos nos próximos meses e anos.


The Big Picture


Como se pode comprovar pela subida de preços das commodities a inflação está a subir e cada vez é mais difícil aos governos maquilhar as estatísticas.

Os preços dos bens que consumimos diariamente sobem todos os anos e bastante mais do que a taxa oficial de inflação.

Os próximos meses vão começar a revelar a esta subida, mesmo nos dados oficiais.


O comentário dos media é guiado pelos movimentos dos preços.

Se um mercado sobe arranjam-se razões pelas quais se comporta dessa maneira, se desce faz-se o mesmo.

As análises são simplistas, funcionando numa lógica linear de causa-efeito e não conseguem lidar com a essência sistémica dos mercados financeiros.

Tenta explicar-se o que aconteceu e raramente se antecipa correctamente os movimentos e tendências dos mercados.


Em 2005 prevê-se que o défice comercial dos EUA seja de $806 biliões, face aos $668 biliões em 2004.

O IMF projecta que suba para $890 biliões em 2006 e uns impressionantes $980 biliões em 2007. Este é o maior défice comercial que este planeta já viu e representa enormes fluxos monetários que continuarão a pressionar o dólar americano para baixo.


O apoio da moeda verde que representou em 2005 a subida continua das taxas de juro nos EUA, parece ter desaparecido e o dólar americano começou a retomar a sua tendência primária que é de queda.

Desde o último trimestre de 2002 que temos vindo a referir publicamente a Prata e Ouro como bons investimentos.

Os media e a quase totalidade dos analistas não conseguem explicar o que se passa com estes metais.

Aparecem com uma nova explicação “do dia”. Não sabem se o que dizem é correcto, mas não sabem o que dizer e “têm” que dizer algo.

Primeiro a Prata e o Ouro subiam porque o dólar enfraquecia, depois por causa de factores geopolíticos e depois por antecipação de inflação.

Quase nenhum referiu as verdadeiras movimentações dos bancos centrais e a situação da oferta e procura.


Desde o ano 2000, o Ouro subiu a um ritmo muito mais rápido que o Dow Jones e a nossa expectativa é para que esta out-performance continue nos próximos anos.

Chegando mesmo a atingir o ponto referido por vários investidores que acreditam no Ouro quase como religião, os chamados “gold bugs”, que dizem se poderá comprar um indíce Dow Jones com apenas uma o­nça de Ouro.

Por exemplo quando uma o­nça de Ouro esteja a $5000 e o Dow Jones nos 5000 pontos.


Em Dezembro de 2005, o Ouro atingiu e ultrapassou o price target que apontámos desde o início do ano nos $500 por o­nça e a Prata atingiu um máximo de $9,40 a caminho do nosso target de $10 por o­nça até ao final do primeiro trimestre de 2006.


Após anos de manipulações dos défices destes metais e com a inflação a voltar em força, no ambiente económico actual, não há limite para o preço que o Ouro e a Prata podem atingir.


Um estudo do S&P no final do ano, conclui que a maioria das obrigações de papel em todo o mundo, serão lixo dentro de 30 anos. Há mais de $25 triliões de papel do Tesouro Americano por aí e todo o Ouro minado até hoje, estimado em 5 biliões de o­nças, vale aproximadamente $2,5 triliões, dos quais apenas uma pequena percentagem está disponível para ser transaccionado. É inevitável que o dinheiro que está nas obrigações se dirija para os metais preciosos, procurando segurança.


O potencial de subida do Ouro e Prata ultrapassa várias vezes os máximos atingidos nos inícios dos anos 1980.


Há duas datas interessantes a que o investidor deve estar atento. No dia 23 de Março de 2006, algumas semanas após o início do reinado do “Helicóptero Ben” Bernanke, a Fed planeia parar com a publicação da M3 (referida na edição anterior desta newsletter), acontece que a 20 de Março de 2006, o Irão tem agendado deixar de transaccionar Petróleo em dólares e começar a usar Petroeuros, na sua nova Iranian Oil Bourse (IOB). Isto parece e é mais do que uma simples coincidência.


A energia em 2005 foi o melhor dos investimentos que cobrimos nesta newsletter com o Petróleo a subir mais de 40%, chegando a atingir um pico nos $70 por barril e o Gás Natural disparou mais de 50%, ultrapassando os $15 por BTU no final do ano.


Em 2006, a nossa análise aponta que vão voltar a repetir como bons investimentos de novo no verdadeiro bull market, as commodities. As matérias primas, incluindo os produtos agrícolas, a energia, os metais e a água continuam a ser muito interesantes. Iremos actualizando a nossa perspectiva e price targets ao longo do ano.


Uma maneira simples de saber o­nde investir e que tem funcionado muito bem, é comprar o que a China compra e vender o que a China vende.


O ano 2006 vai ser letal para o Dólar Americano e pujante para o Ouro e Prata.


OUTLOOK

Mercados Cambiais

O bilhete verde surpreendeu a maioria dos analistas e fortaleceu-se em 2005, saindo de uma tendência de queda dos três anos anterioes e acabou o ano por volta dos $1,1841 por euro, uma subida de 13%. Contra o iene japonês, o dólar americano também apresentou uma subida anual de 13% e ficou nos 117,90 ienes. A libra inglesa terminou nos $1,72 contra o dólar, comparando com os $1,91 um ano antes.


Mas o dólar americano começou mal 2006, apresentando nas duas primeiras sessões do ano a sua maior queda contra o euro dos últimos quatro anos. O bear market rally do dólar americano em 2005 apenas piorou o seu panorama a longo prazo e vai piorar a sua queda a médio prazo.


O Irão prepara-se para em Março vender crude em euros, em vez de dólares. Isto será um factor positivo para a moeda europeia.


Reiteramos o referido nas edições anteriores:

“A tendência de médio e longo prazo do dólar americano é de queda. Uma alternativa de investimento ao Dólar Americano é o Dólar Canadiano, o Canadá é um país rico em recursos naturais. Acreditamos que a médio prazo estas moedas vão atingir paridade. Outra moeda interessante para investir é o Franco Suiço.”


A nossa análise aponta para que em 2006 o euro se voltará a transaccionar na banda dos $1,25 a $1,30.


Metais Preciosos


A Prata tem tido melhor performance que o Ouro nos últimos três anos e esta tendência é para continuar.

A subida dos metais nas últimas semanas tem sido muito forte e vários investidores ficaram a observar e estão à espera de uma correcção para fazer compras.


O Barclays candidatou-se à SEC para estabelecer um Exchange Traded Fund de Prata, para isso quer comprar 130 milhões de o­nças de Prata, armazená-las num cofre e vender acções apoiadas pelo metal num rácio de uma o­nça por acção e as acções flutuarão com o preço por o­nça da Prata.


É interessante notar que por um lado 130 milhões de o­nças de Prata, representam mais do que os stocks da Comex e serão muito difíceis de comprar no mercado sem fazer disparar o preço do metal. Por outro lado é praticamente a mesma quantidade de Prata que Warren Buffet comprou em 1997 e armazenou desde essa altura.


A explicação resumida para a subida do Ouro e Prata é que a procura física está a dominar os respectivos carteis que estão a ficar sem stocks para reforçar a oferta. No caso do Ouro osbancos centrais que estavam a vender, entre os quais o Banco de Portugal têm agora uma margem de manobra muito reduzida. A contabilidade criativa do Banco de Portugal, ainda informa que há 407 toneladas, quando na realidade a maioria desse Ouro foi emprestado e vendido a preços muito mais baixos que os actuais.


Mais informação sobre o Ouro e Prata em: http://www.bonsinvestimentos.com/14201.html


O Ouro para entrega em Fevereiro na divisão COMEX da New York Mercantile Exchange terminou o ano nos $518,90 por o­nça, registando uma subida anual de 18% ou $80,50. O Ouro apresenta agora suporte nos$470 - $480 por o­nça, nivel em que disparou.


Acreditamos que o mercado bull do Ouro vai continuar, ajudado pela procura física e a queda do dólar.A nossa análise aponta o novo nivel de $640 por o­nça em 2006. Ultrapassado esse nivel, a médio prazo o metal poderá explodir para os $750, a que se segue o pico anterior nos $850 por o­nça. A nossa análise aponta para o preço do Ouro acima dos $1000 por o­nça nos próximos 2 anos. Quando este price target for ultrapassado o Ouro irá dirigir-se para cima dos $3000 por o­nça.


Mais informação sobre o Ouro em: http://www.bonsinvestimentos.com/11955.html


A Prata para entrega em Março na divisão COMEX da New York Mercantile Exchange terminou o ano nos $8,89 por o­nça, uma subida anual de 26,9%. A próxima resistência está nos $9,79, o pico atingido em 1987.


A grande força da Prata das últimas semanas, contradiz o seu desempenho durante a maioria de 2005 em que esteve a lutar para estar em território positivo, chegando a cair para os $6,67 no final de Agosto. Nesse momento a opinião generalizada do metal era negativa.


A Prata continuará a apresentar uma melhor performance que o Ouro. A nossa análise aponta como próximo preço alvo os $10 por o­nça, que poderá ser atingido nos primeiros três meses de 2006. Este ano a Prata pode chegar a atingir os $12 por o­nça. Tendo em conta a sua escassez e as posições curtas nos mercados futuros, o preço da Prata pode disparar a qualquer momento.


A nossa análise aponta para a Prata acima dos $50 por o­nça nos próximos 2 anos. Quando este price target for ultrapassado a Prata irá dirigir-se para cima dos $100 por o­nça.


Mais informação sobre a Prata em: http://www.bonsinvestimentos.com/11982.html


Energia


Em Dezembro, o preço do Petróleo crude West Texas na New York Mercantile Exchange para entrega em Fevereiro ficou nos $61,04 por barril. O contrato terminou o ano 48%, ou $19,80 acima do fecho de 2004 nos $41,24 por barril.


Se observarmos a valorização das acções energéticas, podemos reparar que em média as acções mais reputadas do indíce XOI estão a transaccionar com um PER médio de 11. Comparando com uma média de PER de 31 do Nasdaq-100, as acções energéticas continuam a apresentar-se como um bom investimento.


O guru da energia T.Boone Pickens espera que o Petróleo teste o nível dos $50-$54 no primeiro semestre de 2006. Contudo no segundo semestre antecipa que os $70 sejam ultrapassados.


Reiteramos o referido nas edições anteriores:


Não há margem para erros. Com uma interrupção na oferta, os preços da energia podem duplicar ou triplicar rápidamente. Os investidores pensam que há um limite para a subida, mas a realidade é que não há limite. Tem-se verificado que até ao momento os preços mais altos tiveram pouco impacto na redução da procura.


Uma séria recessão económica mundial parece ser agora o único factor que pode impedir opreço do Petróleo de atingir os $80 a $100 nos próximos 12 a 24 meses. A nossa análise aponta para que em 2006 o preço do Petróleo possa atingir os $75-$80 por barril.


O contrato para o Gás Natural de entrega em Fevereiro fechou com uma queda mensal nos $11,225 por milhões de BTUs (British Thermal Units) na Nymex, mas no ano disparou $4,14 ou 58%, do seu fecho um ano antes nos $7,085. Em Dezembro o preço chegou a atingir um pico nos $15,78.


É pouco sabido que as reservas de Gás Natural de Alberta, estão a ficar esgotadas e este facto tem enormes implicações para indústria que extrai crude da areia. Toda esta indústria pode parar de funcionar, o Gás Natural pode revelar-se crucial para o futuro desta alternativa energética.


Reiteramos o referido na edição anterior:


Segundo a nossa análise, o Gás Natural continuará a apresentar uma melhor performance que o Petróleo. Acreditamos que a médio e longo prazo a tendência do Gás Natural é de subida.


As condições climáticas deste inverno até agora foram menos rígidas do que o média para esta altura do ano, se forem particularmente duras nos próximos meses o Gás Natural poderá transaccionar numa banda entre os $15 e $18 por BTU, atingindo eventualmente um pico nos $20. Caso contrário esses preços podem ser atingidos apenas no segundo semestre de 2006.


Nota:


Este mês através de uma instituição financeira portuguesa, vamos iniciar a gestão activa de investimentos nos mercados referidos nesta newsletter.


Para mais informações, contacte-nos.


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Bons Investimentos,

Autor

André Ribeiro

andre@bonsinvestimentos.com

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