Logística

Da Thinkfn

Por dentro das instalações da Nexus Distribution, uma empresa americana com base logística. Imagem mostra mercadorias empilhadas em paletes com empilhadeira.

A Logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as actividades de uma empresa.

Entre as actividades da logística estão o transporte, movimentação de materiais, armazenamento, processamento de pedidos e gestão de informações.

Pela definição do Council of Logistics Management, "Logística é a parte da gestão da cadeia de abastecimento que planeia, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e económico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes“ (Carvalho, 2002, p. 31).

Uma das principais ferramentas da logística é o WMS, Warehouse Management System , do inglês, em português - literalmente: sistema de automação e gerenciamento de depósitos, armazéns e linhas de produção) é uma parte importante da cadeia de suprimentos (ou supply chain) e fornece a rotação dirigida de stocks, directivas inteligentes de picking, consolidação automática e cross-docking para maximizar o uso do valioso espaço do armazéns.

Origem do nome

O termo logística, de acordo com o Dicionário Aurélio, vem do francês Logistique e tem como uma de suas definições "a parte da arte da guerra que trata do planeamento e da realização de: projecto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos“. Logística também pode ser definido como, satisfazer o cliente ao menor custo total (Ferreira, 1986, p.1045). Pode-se dizer então que os termos Logística e cadeia de suprimentos têm o mesmo significado, já que ambas tem a finalidade de satisfazer o cliente com o menor custo possível.

Outros historiadores defendem que a palavra logística vem do antigo grego logos , que significa razão, cálculo, pensar e analisar.

O Oxford English dicionário define logística como: “O ramo da ciência militar responsável por obter, dar manutenção e transportar material, pessoas e equipamentos.”

Em outro dicionário: “O tempo relativo ao posicionamento de recursos”. Como tal, logística geralmente estende-se ao ramo de engenharia gerando sistemas humanos ao invés de máquinas.

História

Desembarque de tratores anfíbios de efectivo militar e provisões na praia de Ibeya, uma pequena ilha na cordilheira Ryukyu, a noroeste de Okinawa.

Desde os tempos bíblicos os líderes militares já se utilizavam da logística. As guerras eram longas e geralmente distantes, eram necessários grandes e constantes deslocamentos de recursos. Para transportar as tropas, armamentos e carros de guerra pesados aos locais de combate eram necessários um planeamento, organização e execução de tarefas logísticas, que envolviam a definição de uma rota, nem sempre o mais curta, pois era necessário ter uma fonte de água potável próxima, transporte, armazenagem e distribuição de equipamentos e suprimentos (Dias, 2005, p. 27).

Na antiga Grécia, Roma e no Império Bizantino, os militares com o título de ‘Logistikas’ eram os responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra.

Carl von Clausewitz dividia a Arte da Guerra em dois ramos: a táctica e a estratégia. Não falava especificamente da logística, porém reconheceu que, “...em nossos dias, existe na Guerra um grande número de actividades que a sustentam... mas devem ser consideradas como uma preparação para a mesma”.

É a Antoine-Henri Jomini, ou Jomini, contemporâneo de Clausewitz, que se deve, pela primeira vez, o uso da palavra "logística", definindo-a como “a acção que conduz à preparação e sustentação das campanhas”, enquadrando-a como “a ciência dos detalhes dentro dos Estados-Maiores”.

Em 1888, o Tenente Rogers introduziu a Logística, como matéria, na Escola de Guerra Naval dos Estados Unidos da América. Entretanto, demorou algum tempo para que estes conceitos se desenvolvessem na literatura militar. A realidade é que, até à 1ª Guerra Mundial, raramente aparecia a palavra "Logística", empregando-se normalmente termos tais como “Administração”, “Organização” e “Economia de Guerra”.

A verdadeira tomada de consciência da logística como ciência teve sua origem nas teorias criadas e desenvolvidas pelo Tenente-Coronel Thorpe, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos da América - (em inglês: United States Marine Corps; abreviação oficial: USMC) - que, no ano de 1917, publicou o livro “Logística Pura: a ciência da preparação para a guerra”. Segundo Thorpe, a estratégia e a táctica proporcionam o esquema da condução das operações militares, enquanto a logística proporciona os meios”. Assim, pela primeira vez, a logística situa-se no mesmo nível da estratégia e da táctica dentro da Arte da Guerra.

O Almirante Henry Eccles, em 1945, ao encontrar a obra de Thorpe empoeirada nas estantes da biblioteca da Escola de Guerra Naval, em Newport, comentou que, se os EUA seguissem os seus ensinamentos teriam economizado milhões de dólares na condução da 2ª Guerra Mundial. Eccles, Chefe da Divisão de Logística do Almirante Chester Nimitz, na Campanha do Pacífico, foi um dos primeiros estudiosos da Logistica Militar, sendo considerado como o “pai da logística moderna” (Brasil, 2003).

Até o fim da Segunda Guerra Mundial a Logística esteve associada apenas às actividades militares. Após este período, com o avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais destruídos pela guerra, a logística passou também a ser adoptada pelas organizações e empresas civis.

Logística no Brasil e no mundo

As novas exigências para a actividade logística no Brasil e no mundo passam pelo maior controle e identificação de oportunidades de redução de custos, redução nos prazos de entrega e aumento da qualidade no cumprimento do prazo, disponibilidade constante dos produtos, programação das entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da fabricação, análises de longo prazo com incrementos em inovação tecnológica, novas metodologias de custeio, novas ferramentas para redefinição de processos e adequação dos negócios (Exemplo: Resposta Eficiente ao Consumidor - Efficient Consumer Response), entre outros.

Avião aguardando para ser descarregado em San Juan, Porto Rico. A FedEx é uma gigante mundial no sector de logística.

Apesar dessa evolução até a década de 40, havia poucos estudos e publicações sobre o tema. A partir dos anos 50 e 60, as empresas começaram a preocupar-se com a satisfação do cliente, foi então que surgiu o conceito de logística empresarial, motivado por uma nova atitude do consumidor. Os anos 70 assistem à consolidação dos conceitos como o MRP (Material Requirements Planning), Kanban e Just in time.

Após os anos 80, a logística passa a ter realmente um desenvolvimento revolucionário, empurrado pelas demandas ocasionadas pela globalização, pela alteração da economia mundial e pelo grande uso de computadores na gestão. Nesse novo contexto da economia globalizada, as empresas passam a competir em nível mundial, mesmo dentro de seu território local, sendo obrigadas a passar de moldes multinacionais de operações para moldes mundiais de operação.

Actividades envolvidas

A logística é dividida em dois tipos de actividades - as principais e as secundárias (Carvalho, 2002, p. 37):

  • Principais: Transportes, manutenção de stocks, processamento de pedidos.
  • Secundárias: Armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, suprimentos, planeamento e sistema de informação.

outra subdivisão da logística quanto ao ponto(unopar, 2007, p. 48):

  • Logística interna: cuida do fluxo interno de movimentação e distribuição, está ligada às áreas de suprimento e distribuição.
  • Logística de distribuição: distribuição física dos produtos, vai garantir o nível do serviço oferecido ao cliente.
  • Logística reversa: R.M.A. (remessa para manutenção e assistência), cuida da substituição e do conserto dos produtos com avaria. Irá apoiar o marketing para assegurar a imagem da empresa.

Referências

  • BRASIL Marinha do Brasil - Estado-Maior da Armada. Manual de Logística da Marinha (EMA-400 2ª Revisão). Brasília, 2003.
  • CARVALHO, José Meixa Crespo de - Logística. 3ª ed. Lisboa: Edições Silabo, 2002. ISBN 978-972-618-279-5
  • DIAS, João Carlos Quaresma - Logística global e macrologística. Lisboa: Edições Silabo, 2005. ISBN 978-972-618-369-3
  • FERREIRA, Aurélio Buarque De Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
  • KUNRATH, Rodrigo Diedrich - Logística Empresarial - Caxias do Sul

Ver também

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