LaserLeap

Da Thinkfn

LaserLeap é uma seringa indolor a laser, desenvolvida por investigadores da Universidade de Coimbra. Em essência, o LaserLeap transforma uma luz numa onda de pressão de muito curta duração. Direccionada para a pele, esta onda provoca um "alargamento" momentâneo da estrutura da pele, invisível a olho nu, mas que a torna permeável à entrada das moléculas de um fármaco. A elasticidade da pele fá-la regressar ao normal minutos depois, tornando-se novamente impermeável ao fármaco. Esta técnica não-invasiva de administração de fármacos através da pele, foi a vencedora do Concurso Nacional de Inovação do BES, em Novembro de 2008.

O conceito do LaserLeap surgiu de um projecto em que estava envolvido Gonçalo de Sá, um aluno de doutoramento do departamento de Química da Universidade de Coimbra. Na entrega transdérmica (através da pele) de fármacos, as moléculas de maior dimensão demoravam mais tempo a atravessar e era necessário acelerar o processo. Transformar a luz numa onda de pressão, poderia perturbar momentaneamente a estrutura da pele e viabilizar a entrega transdérmica destas moléculas.

Vantagens

Comparado com a seringa, este método parece ter diversas vantagens. Segundo noticiado, é indolor e menos sujeito a contaminações. Permite acelerar a administração epidérmica de moléculas de dimensão maior, como as dos fármacos administrados no tratamento do cancro da pele. Permite uma localização mais exacta da aplicação, com vantagens na aplicação de Botox, por exemplo. Embora o laser em si seja caro, pode ser usado milhões de vezes e a única componente descartável do LaserLeap é uma pequena parte plástica que entra em contacto com a pele e com o fármaco. Segundo Luis Arnaut, professor de Química da Universidade de Coimbra, o método é mais económico do que o uso da seringa normal, quando se considera todo o ciclo de vida da seringa, incluindo o seu descarte.

Pensa-se, também, que o método pode ser extensível a outras membranas para além da pele. Por exemplo, usado nas membranas que envolvem as células é possível que venha a permitir a passagem de moléculas de ADN para o interior da célula, viabilizando terapias genéticas. A equipa de investigadores, em parceria com o Serviço de Dermatologia do Hospital de Coimbra, tem vindo a aplicar o LaserLeap a moléculas cada vez maiores. Neste momento, o LaserLeap assegura a passagem de moléculas de dimensão três vezes superior à insulina.

Comercialização

No âmbito do Concurso Nacional de Inovação do BES, o LaserLeap recebeu um prémio de 50 mil euros, o apoio ao registo de patente e o estudo de viabilidade do negócio. A Novembro de 2008, a equipa pretendia patentear o LaserLeap e ter pelo menos um hospital a utilizá-lo com regularidade dentro de três anos. Depois virá a fase de industrialização e comercialização. Esperam que o modelo de negócio venha a assentar numa parceria com uma empresa de lasers pulsados. A equipa ainda não tinha identificado um investidor.

Referências

Links relevantes

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