Gestão holística

Da Thinkfn

O holismo significa que o homem é um ser indivisível, que não pode ser entendido através de uma análise separada de suas diferentes partes, pelo que a gestão holística tem como base que a empresa não pode ser vista como um conjunto de departamentos (Departamentalização) que executam actividades isoladas, mas sim como em conjunto único, um sistema aberto em continua interacção.

Com a globalização (integração do mundo; povos e culturas) compartilhamos não somente as oportunidades que esta oferece mais também os problemas. E para sua compreensão exige a aplicação da teoria sistémica. Na busca de uma sabedoria sistémica, que bem podemos interpretar como sendo a busca de uma visão holística. A visão holística pode ser considerada a forma de perceber a realidade e a abordagem sistémica, o primeiro nível de operacionalização desta visão.

O enfoque sistémico exige dos indivíduos uma nova forma de pensar; de que o conjunto não é mera soma de todas as partes, mas as partes compõem o todo, e é o todo que determina o comportamento das partes. Uma nova visão de mundo, que lhes permitirá perceber com todos os sentidos a unicidade de si mesmo e de tudo que os cerca. Portanto para a empresa o lucro deixa de ser o objectivo, para se torna uma consequência de todo os processos da empresa; os recursos humanos deixam de ser custo e os consumidores deixam de ser receita, para se tornarem parte do todo da empresa. A empresa ganha uma nova visão, valorizando todos os processos e departamentos, e tendo consciência que todos têm a sua importância e que todos compõem a empresa, que a empresa não é mera soma de departamentos e processos, mas que são eles a empresa. Traz a percepção da organização como uma série de processos e actividades interligadas. Uma empresa é um processo que contém vários processos, de manufactura e/ou serviços.

Implantação da gestão holística

  • Diagnóstico da empresa: avaliação dos RH, TI, fornecedores, marcas, imagem e cultura. Entender como estão relacionados entre si e dentro da organização.
  • Análise do meio externo: perceber a situação - política - social - económica – cultural - tecnológica e concorrencial e suas relação com a empresa.
  • Identificação do “núcleo da empresa”: Mapear os pontos fortes e competências primordiais para o negócio.
  • Estabelecimento da missão
  • Reconhecimento dos valores da empresa: Identificar o que ela entende como relevante e que define sua maneira de ser.
  • Definição das políticas da empresa

A abordagem holística propõe uma integração de conceitos defendidos por outros modelos de gestão, como: a valorização da intuição preconizada pelo modelo japonês, o desenvolvimento pessoal defendido pela gestão por objectivos e a interacção valorizada pelo Desenvolvimento Organizacional.

A proposta de trazer a visão holística para a área de gestão, traduzindo-a num modelo de gestão holística, embora tenha seus méritos, também corre o risco de restringi-la. A visão holística está mais para uma forma de pensar, de perceber a realidade, do que para um modelo. As organizações reproduzem em pequenas escalas as configurações e dimensões do universo. Por isso se diz que o desenho das organizações actuais deveria ser uma estrutura de holograma, sem forma e limite definidos, adaptáveis às circunstâncias, com linhas hierárquicas simplificadas, muitos canais de comunicação e trabalho matricial ou em redes, formando-se equipes interdisciplinares para resolver os desafios que enfrenta a organização.

Um pensamento deve ser levado em consideração: a relação hologramática entre as partes e o todo. Quem não compreende o princípio de recursividade, está condenado à insipidez, à trivialidade e ao erro. Assim deve-se criar no homem a ideia de viver em harmonia com a natureza, como parte integrante dela, de quem é reflexo e a quem modifica, e esta necessidade de que se crie uma nova consciência ecológica e se desenvolva uma nova postura ética perante a natureza é tarefa da gestão holística.

A ideia do holismo não é nova. Ela está subjacente a várias concepções filosóficas ao longo de toda a evolução do pensamento humano. O termo holismo origina-se do grego “holos”, que significa todo. Na concepção holística, não só as partes de cada sistema se encontram no todo, mas os princípios e leis que regem o todo se encontram em cada uma das partes e todos os fenómenos ou eventos se interligam e se interpenetram, de forma global.

A holística não é ciência, nem filosofia. Não é uma religião nem uma disciplina mística. Também não constitui um paradigma. Segundo Pierre Weil, (1991), “a abordagem holística propõe uma visão não-fragmentada da realidade onde sensação, sentimento, razão e intuição se equilibram e se reforçam”.

O pensamento holístico é profundamente ecológico. O indivíduo e a natureza não estão separados, formam um conjunto impossível de ser dissociado. É por isso que qualquer forma de agressão à natureza é pura e simplesmente uma forma de suicídio.

Ver também

Referências

  • Ferreira, Ademir Antonio. Gestão Empresarial: de Taylor aos nossos dias. São Paulo: Editora Pioneira, pp. 175-186


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