Afinsa

Da Thinkfn

Afinsa era a terceira maior empresa mundial de activos não financeiros, atrás da Sotheby's e da Christie's <ref>DJ ACTUALIZA: 8 Detenidos En Operación Estafa Sellos España</ref>. Foi fundada em 1980 pelo português Albertino de Figueiredo. Operava em diversos mercados europeus, asiáticos e nos Estados Unidos. Tinha filiais em diversas cidades incluindo Barcelona, Vigo, Valladolid, Lisboa, Londres e Paris.

A Afinsa definia-se a si própria como um grupo empresarial no mercado de bens tangíveis—arte, filatelia, numismática e antiguidades—tanto ao nível do coleccionismo como do investimento e operava em Espanha havia 27 anos <ref>Afinsa: 143.000 clientes y una filial en el Nasdaq</ref>.

No final de 2004 a Afinsa possuía cem escritórios, 2600 empregados e cerca de 143 mil clientes. A sua facturação nesse ano foi de 542 milhões de euros e os lucros foram de 51 milhões de euros <ref>Afinsa y Fórum Filatélico tienen un volumen de negocio de unos 1.400 millones de euros</ref>.

Empresas participadas

No âmbito do coleccionismo, a Afinsa opera internacionalmente com participações significativas em diferentes companhias. Entre estas destaca-se o Grupo Escala, no qual possui uma participação de 68%, e cujas as acções estavam cotadas no Nasdaq até ter sido expulso a 10 de Janeiro de 2007 <ref name="elmundo1">Afinsa, del ahorro al coleccionismo</ref> <ref>Escala, la filial de Afinsa, se desploma por su expulsion del NASDAQ</ref>.

Na sua vertente de investimento, dedicada a facilitar aos clientes a compra e venda de bens para investimento, a Afinsa está presente em Espanha através da Afinsa Sistemas de Inversión e da Afinsa Online e em Portugal através Afinsa Investimentos <ref name="elmundo1">Afinsa, del ahorro al coleccionismo</ref>.

Catálogos editados

A Afinsa comprou em 1998 a editora Domfil Catálogos Temáticos Internacionales S.L.. A Domfil publica catálogos filatélicos bilingues, em espanhol e em inglês, e os temas vão desde o automobilismo ao xadrez <ref>DOMFIL | Empresa</ref> <ref>DOMFIL | Catálogos</ref>.

A Publiafinsa, propriedade da Afinsa e entretanto extinta, editava a Crónica Filatélica e a Crónica Numismática <ref>Informe de la Administración Concursal "Afinsa Bienes Tangibles, S.A."</ref>. Segundo o Ministério Fiscal de Espanha, as revistas eram editadas com o único objectivo de vender imagem, não tendo rentabilidade própria <ref name="elmundo2">Juzgado Central de Instrucción nº 1 de la Audiencia Nacional. Diligencias previas. 134/2006 "Afinsa Bienes Tangibles, S.A."</ref>.

Segundo o Ministério Fiscal de Espanha, a Afinsa comprou secretamente, em Junho de 2003, o catálogo Brookman por 650 mil dólares e apresentava-o como "prestigioso e independente" <ref name="elmundo2">Juzgado Central de Instrucción nº 1 de la Audiencia Nacional. Diligencias previas. 134/2006 "Afinsa Bienes Tangibles, S.A."</ref> <ref>Afinsa compraba sellos a su filial Escala sin una valoración objetiva</ref> <ref name="eleconomista">Más sobre el escándalo filatélico: Afinsa manipulaba el precio de los sellos controlando los catálogos</ref> <ref>Antiguos gestores de Afinsa fueron advertidos de que los sellos valían un 3% del precio de catálogo</ref>.

Alegações de fraude

Em 9 de Maio de 2006, a Afinsa Bienes Tangibles e o Fórum filatélico foram investigados judicialmente sob a acusação de fraude fiscal, branqueamento de capitais e insolvência punível, entre outros delitos envolvendo as poupanças de mais de 350 000 investidores privados em Espanha <ref>Querella contra Afinsa</ref> <ref>Portugueses avançam com acção judicial contra Estado espanhol</ref> <ref name="jn1">Afinsa e Fórum sob administração judicial</ref> <ref>Meia vila de Espanha está falida</ref>. A Procuradoria Anti-Corrupção espanhola avalia a alegada burla da Afinsa em 1 100 milhões de euros, uma das maiores nos últimos 25 anos <ref>Juiz decreta liberdade sem fiança para cinco detidos do Caso Afinsa</ref>. Os escritórios da Afinsa em Madrid foram revistados por polícias armados de metralhadoras que levaram documentos e computadores e que fecharam a sede ficando a empresa sob administração judicial <ref name="jn1">Afinsa e Fórum sob administração judicial</ref> <ref>Serei recordado como um pirata</ref> <ref>Imágenes de la operación policial en las sedes de Fórum y Afinsa</ref>. Foram detidas cinco pessoas da Afinsa incluindo o fundador Albertino de Figueiredo e um dos seus filhos Carlos Figueiredo Escribá <ref name="jn1">Afinsa e Fórum sob administração judicial</ref> <ref>El Juez mantiene la prisión para los cinco encarcelados en relación con Afinsa</ref>. A companhia publicou uma nota no seu website tranquilizando os seus clientes e empregados dizendo que estava a cooperar com as autoridades para provar a sua inocência <ref>AFINSA asegura que hará frente a todos sus compromisos con los clientes</ref> <ref>Gran operación policial contra una red de inversión filatélica</ref>.

A companhia foi acusada de operar um esquema de Ponzi usando o dinheiro dos novos investidores para pagar os lucros dos antigos e de empolar o valor dos seus activos filatélicos <ref>El juez ordena prisión para 4 directivos de Fórum Filatélico</ref> <ref>Vendían los sellos con sobreprecios de hasta nueve veces su valor</ref> <ref>25 preguntas con respuesta sobre la gran estafa filatélica</ref>. Muitos dos mais de 143 000 investidores da Afinsa (valores de 2004) eram pensionistas que acharam mais atractivo investir as suas poupanças em selos raros e ganhar um lucro garantido de 6% ao ano do que as colocar em depósitos a prazo que pagavam um juro muito menor <ref>Afinsa: 143.000 clientes en 26 años</ref> <ref>Afinsa: Detidos em operação só deverão ser ouvidos sexta-feira</ref> <ref>Los pensionistas afectados por la estafa filatélica podrán pedir el complemento de mínimos</ref>.

A Afinsa não é uma instituição financeira, i.e. uma instituição que aconselha os seus clientes como investir o seu dinheiro. Tal como o investimento em acções, o investimento em bens tangíveis não está protegido por um fundo de garantia pela a lei espanhola (disponível somente para as instituições financeiras registadas, o que permitiu que as vítimas dos escandalos do Banesto e da Gescartera recuperassem uma pequena parte de seus investimentos) <ref>El desfase patrimonial por la estafa filatélica se calcula en 3.500 millones de euros</ref> <ref>Gran operación policial contra una red de inversión filatélica</ref> <ref>Los escándalos económicos más sonados de los últimos años</ref>. Estes investimentos são regulados pelos governos regionais e não pela Comisión Nacional del Mercado de Valores <ref>Recomendaciones para los afectados en el presunto fraude filatélico</ref>. Os clientes da Afinsa afectados por esta situação formaram diversas associações para defenderem os seus direitos, assim como os clientes do Forum Filatélico <ref>Los afectados por la estafa de Fórum y Afinsa crean una Federación Española</ref> <ref>Los estafados por los sellos ya agrupan fuerzas</ref>.

Afinsa, um ano depois

Manifestação em Madrid dos afectados pela a Afinsa e pelo Fórum Filatélico um ano depois. Passado um ano, a Afinsa continua a ser investigada pelas justiças espanhola e portuguesa, sabe-se agora que foram lesados 195 000 clientes e que o buraco financeiro ultrapassa os 1823 milhões de euros <ref>Forum y Afinsa, un año después</ref> <ref>Los más de 465.000 clientes de Forum y Afinsa siguen sin sus ahorros un año después</ref> <ref>Los activos de Fórum Filatélico sólo cubren el 24,5% de su deuda, cifrada en casi 3.800 millones</ref>. Conhece-se melhor o mecanismo usado pela empresa para burlar os seus clientes. Esta comprou secretamente em Junho de 2003 o catálogo Brookman por 650 000 dólares, que apresentava como "prestigioso e independente" <ref name="eleconomista">Más sobre el escándalo filatélico: Afinsa manipulaba el precio de los sellos controlando los catálogos</ref> <ref>Antiguos gestores de Afinsa fueron advertidos de que los sellos valían un 3% del precio de catálogo</ref> <ref>Afinsa compraba sellos a su filial Escala sin una valoración objetiva</ref>. A Afinsa decidia que material devia ser catalogado assim como o seu valor <ref name="eleconomista">Más sobre el escándalo filatélico: Afinsa manipulaba el precio de los sellos controlando los catálogos</ref>. Segundo a Procuradoria Anti-Corrupção espanhola a empresa comprava os selos ao grupo Escala, na qual detinha uma participação directa e indirecta superior a 67%, a um preço de 10 a 15% do valor que logo de seguida fixavam no catálogo Brookman, o qual era o preço de venda dos selos aos clientes <ref>Imputado reconoce Central de Compras se convirtió en proveedor único sellos</ref>.

Ver também

  • Bens tangíveis, e se ..., a exposição original do Think Finance quanto a esta fraude, exposição essa que ocorreu antes de a fraude ser terminada pelas autoridades.
  • Bens tangíveis II, uma segunda exposição, efectuada no Think Finance por um especialista do ramo.

Referências

<references/>

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