Diferenças entre edições de "Trading em Commodities V - As arbitragens"

Da Thinkfn
(Nova página: Já vimos como surgiram os contratos de futuros, as contas-margem e como a venda de físicos é coberta pela compra de futuros. Também vimos como surgiram os primeiros especuladores...)
(Sem diferenças)

Revisão das 16h13min de 23 de abril de 2008

Já vimos como surgiram os contratos de futuros, as contas-margem e como a venda de físicos é coberta pela compra de futuros.

Também vimos como surgiram os primeiros especuladores (os jogadores de poker dos Saloons) porque o CBOT, para aceitar as transacções, apenas exigia uma margem, sendo-lhe indiferente se o vendedor tinha o produto e se o comprador tinha uma indústria para o processar.

Por isso a actual informação sobre contratos futuros está dividida em “commercials” e “non-commercials”

Ficámos numa situação em que as Tradings, que entretanto surgiram para facilitar os negócios entre agricultores e industriais, ficavam com os contratos de compra (após cobrir com estes as vendas de físicos) durante meses, só iniciando a sua venda muito mais tarde, à medida que iam comprando os físicos.

Ora é durante esse período que as Tradings fazem as arbitragens e, se as coisas correm bem, ganham mais nelas do que na compra e venda dos físicos, se fizessem simples operações back-to-back.

Uma das primeiras arbitragens feitas deve ter sido milho/porcos (hogs).

Antes das actuais rações de formulação sofisticada, os porcos, após o desmame eram alimentados com milho.

É a fase de “engorda” que durava enquanto a conversão de milho em carne tivesse um saldo económico positivo.

Para a engorda de 400 porcos eram precisos 5.000 bushels/baldes (1 contrato) de milho.

Como os contratos de porcos são de 200 cabeças, a arbitragem era feita na proporção de 1 contrato de milho para 2 contratos de porcos.

Como os porcos têm de ser abatidos antes que continuem a comer o que já não é rentável em aumento de peso, e não na data mais conveniente quanto a oferta-procura, com frequência o excesso de oferta fazia baixar o preço da carne e consequentemente dos contratos de futuros.

Nessa altura, uma Trading que detivesse contratos de milho vendia estes e comprava contratos de porcos, na proporção indicada.

Ao verem os preços a cair, as pecuárias reduziam a produção e o preço da carne subia permitindo às Tradings regressar aos seus contratos de milho, realizando um lucro nos contratos dos porcos.

Hoje continuam-se a fazer este tipo e arbitragens, mas mais complexas pois têm em vista as várias commodities que entram nas rações.

Outra arbitragem muito comum é proporcionada pelo chamado “complexo da soja” : grão, farinha e óleo, todos cotados em Chicago.

Embora os custos industriais de transformação sejam conhecidos e a sua variação marginal, estas 3 commodities estão longe de seguirem curvas paralelas: cada uma, obedecendo às leis da procura/oferta, aproxima-se e afasta-se das outras, proporcionando oportunidades de estar sempre na inferior, quando houver alargamento da diferença e inverter a posição quando este voltar aos custos de transformação normais.

Com os ganhos nestas arbitragens sobre os futuros, as Tradings chegam à fase de compra dos físicos para entrega (e desfazer a cobertura, vendendo aqueles contratos futuros) com margens, em cada negócio, muito superiores a um simples back-to-back, podendo mesmo ter vendido a margem zero nos físicos, para beneficiar de um maior período de detenção dos contratos futuros.


Autor

Fogueiro, em 26/9/2007

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