Diferenças entre edições de "Modelo de Guay e Harford"

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As empresas podem usar a distribuição de dividendos ou um plano de ''[[share buy back]]'' como ''payout''.
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As [[empresa]]s podem remunerar os seus [[accionista]]s através da distribuição de [[dividendo]]s ou de um plano de [[recompra de acções]] próprias ''(share buy back).''
  
No '''Modelo de Guay e Harford'''<sup>1</sup> os autores defende que a escolha de um ou outro método de remuneração dos accionistas depende da continuidade dos ganhos nos choques da ''cash flow'' e avançam com a hipótese de que os aumentos de dividendos seguem choques de ''cash flows'' mais permanentes que os seguidos nos ''share buy back''.
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De acordo com Guay e Harford um aumento de dividendos deve ser encarado pelo mercado como favorável, na medida de que é provável que os fluxos monetários passados e presentes se mantenham. Já quando é usado um plano de ''share buy back'' como ''payout'' em vez alteração na distribuição de dividendos é esperado que o mercado percepcione em baixa a permanência de ''cash flows''.  
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De acordo com Guay e Harford um aumento de dividendos deve ser encarado pelo [[mercado]] como favorável, na medida em que é provável que os fluxos monetários passados e presentes se mantenham. Já quando é usado um plano de recompra de acções como ''payout'' em vez da alteração na distribuição de dividendos, é esperado que o mercado percepcione em baixa a permanência de ''cash flows''.  
  
Um modelo simples que utilizaram para expor o seu prenúncio, foi admitirem que um choque de ''cash flow'' pode-se dissipar imediatamente ou ser completamente permanente. A empresa recebe um choque de ''cash flow'' positivo durante o período 1. Os seus ''cash flows'' no período 1 são o seu nível normal de ''cash flow'' mais o choque: '''CF+Shock'''. No futuro, os '''cash flows''' da empresa serão '''CF+ρ*Shock''', em que ρ é um parâmetro de permanência, tomando o valor de 0 ou 1. A empresa existe para dois períodos e faz o anuncio de distribuição no inicio do período 2. ''(Uma vez que o modelo que aprestaram era meramente explicativo e de forma a simplificarem e serem mais claros, não consideraram a possibilidade da empresa reter cash flow em vez de distribuir.)''
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Um modelo simples que utilizaram para expor o seu prenúncio, foi admitirem que um choque de ''cash flow'' pode-se dissipar imediatamente ou ser completamente permanente. A empresa recebe um choque de ''cash flow'' positivo durante o período 1. Os seus ''cash flows'' no período 1 são o seu nível normal de ''cash flow'' mais o choque: '''CF+Shock'''. No futuro, os '''cash flows''' da empresa serão '''CF+ρ*Shock''', em que ρ é um parâmetro de permanência, tomando o valor de 0 ou 1. A empresa existe para dois períodos e faz o anúncio de distribuição no inicio do período 2. ''(Uma vez que o modelo que aprestaram era meramente explicativo e de forma a simplificarem e serem mais claros, não consideraram a possibilidade da empresa reter ''cash flow'' em vez de distribuir.)''
  
Assumindo uma taxa de desconto de zero sem perda generalizada, o preço do período 1, quando o choque é observado, será de:
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Assumindo uma [[taxa de desconto]] de zero sem perda generalizada, o preço do período 1, quando o choque é observado, será de:
  
 
* '''P<sub>1</sub>=(CF+Shock)+[CF+Pr(ρ=1)|γ) Shock]'''
 
* '''P<sub>1</sub>=(CF+Shock)+[CF+Pr(ρ=1)|γ) Shock]'''
  
Os gestores observam a permanência do parâmetro,ρ , mas o mercado não. Então, o mercado tem que avaliar a probabilidade de o parâmetro permanecer igual a 1, baseando essa informação na hora do choque, representado por γ. Então os gestores fazem o anuncio de distribuição. Se o choque for permanente, eles escolhem o dividendo, mas se o choque for temporário, eles escolhem o ''share buy back''. O mercado observa a escolha do método de distribuição e actualiza a sua confiança e convicção sobre a permanência do choque. Deste modo, o preço depois do anúncio será:
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Os gestores observam a permanência do parâmetro ρ, mas o mercado não. Então, o mercado tem que avaliar a [[probabilidade]] de o parâmetro permanecer igual a 1, baseando essa informação na hora do choque, representado por γ. Os gestores fazem o anuncio de distribuição; se o choque for permanente, escolhem o dividendo, mas se o choque for temporário escolhem o ''share buy back''. O mercado observa a escolha do método de distribuição e actualiza a sua [[confiança]] e convicção sobre a permanência do choque. Deste modo, o preço depois do anúncio será:
  
 
*'''P<sub>2</sub>=2(CF+Shock)'''; se o dividendo for anunciado
 
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*'''P<sub>2</sub>=(CF+Shock)+ CF'''; se o ''share buy back'' for anunciado.
 
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==Referências==
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==Ver também==
 
==Ver também==
 
 
*[[Mapa de cash flow]]
 
*[[Mapa de cash flow]]
 
*[[Discounted cash flow]]
 
*[[Discounted cash flow]]
 
*[[Free cash flow]]
 
*[[Free cash flow]]
 
*[[Rácio Q de Tobin]]
 
*[[Rácio Q de Tobin]]
 
==Referências==
 
 
<sup>1</sup> [http://faculty.bschool.washington.edu/jarrad/guayharford.pdf Guay, Wayne e Jarrad Harford, (1998); "''The cash flow permanence and information content of dividend increases vs. repurchases''", ''Working Paper'', Wharton Scholl University of Pennsylvania, Lundquist College of Bussiness University of Oregon, ''July'' 1998, Pg. 7]
 
  
  
[[Categoria:Contabilidade]]
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[[Categoria:Teorias]]

Edição atual desde as 14h12min de 20 de maio de 2009

As empresas podem remunerar os seus accionistas através da distribuição de dividendos ou de um plano de recompra de acções próprias (share buy back).

No Modelo de Guay e Harford<ref>Guay, Wayne; Harford, Jarrad (Jul 1998). "The cash flow permanence and information content of dividend increases vs. repurchases, Working Paper" (em inglês): Pg. 7. Wharton Scholl University of Pennsylvania, Lundquist College of Business University of Oregon. </ref> os autores defendem que a escolha de um ou outro método de remuneração dos accionistas depende da continuidade dos ganhos nos choques de fluxos monetários (cash flows) e avançam com a hipótese de que os aumentos de dividendos seguem choques de cash flows mais permanentes do que os seguidos na recompra de acções.

De acordo com Guay e Harford um aumento de dividendos deve ser encarado pelo mercado como favorável, na medida em que é provável que os fluxos monetários passados e presentes se mantenham. Já quando é usado um plano de recompra de acções como payout em vez da alteração na distribuição de dividendos, é esperado que o mercado percepcione em baixa a permanência de cash flows.

Um modelo simples que utilizaram para expor o seu prenúncio, foi admitirem que um choque de cash flow pode-se dissipar imediatamente ou ser completamente permanente. A empresa recebe um choque de cash flow positivo durante o período 1. Os seus cash flows no período 1 são o seu nível normal de cash flow mais o choque: CF+Shock. No futuro, os cash flows da empresa serão CF+ρ*Shock, em que ρ é um parâmetro de permanência, tomando o valor de 0 ou 1. A empresa existe para dois períodos e faz o anúncio de distribuição no inicio do período 2. (Uma vez que o modelo que aprestaram era meramente explicativo e de forma a simplificarem e serem mais claros, não consideraram a possibilidade da empresa reter cash flow em vez de distribuir.)

Assumindo uma taxa de desconto de zero sem perda generalizada, o preço do período 1, quando o choque é observado, será de:

  • P1=(CF+Shock)+[CF+Pr(ρ=1)|γ) Shock]

Os gestores observam a permanência do parâmetro ρ, mas o mercado não. Então, o mercado tem que avaliar a probabilidade de o parâmetro permanecer igual a 1, baseando essa informação na hora do choque, representado por γ. Os gestores fazem o anuncio de distribuição; se o choque for permanente, escolhem o dividendo, mas se o choque for temporário escolhem o share buy back. O mercado observa a escolha do método de distribuição e actualiza a sua confiança e convicção sobre a permanência do choque. Deste modo, o preço depois do anúncio será:

  • P2=2(CF+Shock); se o dividendo for anunciado

e

  • P2=(CF+Shock)+ CF; se o share buy back for anunciado.

Referências

<references />

Ver também