Jules Henri Fayol

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Henri Fayol (1841-1925). Jules Henri Fayol (Istambul, 29 de Julho de 1841 — Paris, 19 de Novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês e um dos teóricos clássicos da Gestão, sendo o fundador da Teoria clássica da gestão e autor de Administração Industrial e Geral (título original: Administration industrielle et générale - prévoyance organisation - commandement, coordination – contrôle).

Vida

Fayol era filho de pais franceses. Seu pai André Fayol, um contramestre em metalurgia. Casou-se com Adélaïde Saulé e teve três filhos, Marie Henriette, Madeleine e Henri Joseph, o último sempre hostil às ideias do pai.

Criou o Centro de Estudos Administrativos, onde se reuniam semanalmente pessoas interessadas na gestão de negócios comerciais, industriais e governamentais, contribuindo para a difusão das doutrinas administrativas. Entre seus seguidores estavam Luther Guilick, James D. Mooney, Oliver Sheldon e Lyndal F. Urwick.

Também direccionou o seu trabalho para a empresa como um todo, ou seja, procurando gerir a empresa de cima para baixo, ao contrário das ideias adoptadas por Taylor e Ford.

Juntamente com Taylor e Ford são considerados os pioneiros da gestão. A sua visão, diferentemente de Taylor (trabalhador) e Ford (dono), foi a de um Gestor ou Director.

Em 1888, aos 47 anos, assumiu a direcção geral da mineira de carvão francesa Commentry-Fourchambault-Decazeville, em falência, e reestabeleceu a saúde económica-financeira da companhia.

Após 58 anos de estudos, pesquisa e observação reuniu as suas teorias na obra Administração Industrial Geral ("Administration Industrielle et Generale"), em 1916. Só foi traduzida para o inglês em 1949.

Fayol sempre afirmava que seu êxito se devia não só às suas qualidades pessoais, mas também aos métodos que empregava.

Pesquisas

Henri Fayol é um dos principais contribuintes para o desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. Uma das contribuições da teoria criada e divulgada por ele foi o desenvolvimento a abordagem conhecida como Gestão Administrativa ou processo administrativo, onde pela primeira vez se falou em administração como disciplina e profissão, que por sua vez, poderia ser ensinada através de uma Teoria clássica da gestão.

Outra contribuição da teoria de Fayol é a identificação das actuais quatro funções da Administração que são: Planear, Organizar, Liderar e Controlar, às quais Fayol ainda acrescenta a função de Coordenar.

Segundo Fayol a Gestão é uma função distinta das outras funções, como finanças, produção e distribuição, e o trabalho do gestor está distinto das operações técnicas das empresas. Com essa distinção Fayol contribuiu para que se torne mais nítido o papel dos executivos. Identificou catorze princípios que devem ser seguidos para que a gestão seja eficaz. Esses princípios tornaram-se uma espécie de prescrição administrativa universal. Segundo Fayol, no entanto, estes devem ser aplicados de modo flexível. Os quatorze princípios são:

  • Divisão do Trabalho: dividir o trabalho em tarefas especializadas e destinar responsabilidades a indivíduos específicos;
  • Autoridade e Responsabilidade: a autoridade sendo o poder de dar ordens e o poder de se fazer obedecer. Estatutária (normas legais) e Pessoal (projecção das qualidades do chefe). Responsabilidade resumindo na obrigação de prestar contas, ambas sendo delegadas mutuamente;
  • Disciplina: tornar as expectativas claras e punir as violações;
  • Unidade de Comando: cada agente, para cada acção só deve receber ordens de, ou seja, reportar a um único chefe/gestor;
  • Unidade de Direcção: os esforços dos empregados devem centrar-se no atingimento dos objectivos organizacionais;
  • Subordinação: prevalência dos interesses gerais da organização;
  • Remuneração do pessoal: sistematicamente recompensar os esforços que sustentam a direcção da organização. Deve ser justa, evitando-se a exploração;
  • Centralização: um único núcleo de comando centralizado, actuando de forma similar ao cérebro, que comanda o organismo. Considera que centralizar é aumentar a importância da carga de trabalho do chefe e que descentralizar é distribuir de forma mais homogênea as atribuições e tarefas;
  • Hierarquia: cadeia de comando (cadeia escalar). Também recomendava uma comunicação horizontal, embrião do mecanismo de coordenação;
  • Ordem: ordenar as tarefas e os materiais para que possam auxiliar a direcção da organização.
  • Equidade: disciplina e ordem juntas melhoram o comportamento dos empregados.
  • Estabilidade do Pessoal: promover a lealdade e a longevidade do empregado. Segurança no emprego, as organizações devem procurar reter os seus colaboradores, evitando o prejuízo/custos decorrentes de novos processos de selecção, treino e adaptação;
  • Iniciativa: estimular nos seus colaboradores a inciativa para a solução dos problemas que se apresentem. Citando Fayol: "O chefe deve saber sacrificar algumas vezes o seu amor próprio, para dar satisfações desta natureza aos seus subordinados";
  • Espírito de Equipe (União): cultiva o espírito de corpo, a harmonia e o entendimento entre os membros de uma organização. Consciência da identidade de objectivos e esforços. Destinos interligados.
  • A administração é função distinta das demais (finanças, produção, distribuição, segurança e contabilidade)

Críticas

  1. Obsessão pelo comando;
  2. Organização vista como sistema fechado, independente do meio externo;
  3. Manipulador dos trabalhadores.

Funções do gestor

Henry Fayol atribuiu cinco funções ao gestor dentro de uma estrutura organizacional, chamadas de PO3C:

  1. Prever e planear (prévoir - visualizar o futuro e traçar o programa de acção)
  2. Organizar (organiser - constituir o duplo organismo material e social da empresa)
  3. Comandar (commander - dirigir e orientar a organização)
  4. Coordenar (coordonner - unir e harmonizar os actos e esforços colectivos)
  5. Controlar (contrôler - verificar se as normas e regras estabelecidas estão a ser seguidas)

Tais acções conduziriam a uma gestão eficaz das actividades da organização.<ref>CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.</ref>

Posteriormente, as funções de Comando e Coordenação foram reunidas sob o nome de Direcção, passando as iniciais para PODC: Planear, Organizar, Dirigir e Controlar. E ainda Planear, Organizar, Executar e Avaliar, assim passando as iniciais para POEA.

Além destas ainda temos: Motivar, Comunicar, Decidir, Assessorar, entre outras coisas.

Obras

  • Administration industrielle et générale - prévoyance organisation - commandement, coordination – contrôle. Paris : Dunod, 1966.
  • Tâches actuelles et futures des dirigents. Bruxelas : CNBOS, 1967.

Referências

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Bibliografia

  • BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração: Construindo Vantagem Competitiva. SP: Atlas, 1998.
  • MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. 6. ed. SP: Atlas, 2004.


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