CFD

Da Thinkfn
Revisão das 19h25min de 19 de maio de 2009 por Think Finance (discussão | contribs)

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Os CFDs são instrumentos financeiros derivados negociados fora de mercados regulamentados, que proporcionam aos investidores uma forma mais eficiente de negociação em acções, índices ou forex.

CFD sobre acções

Sendo um instrumento financeiro derivado que tem por activo subjacente acções, o preço de um CFD reflecte o preço dessas acções, à semelhança do que sucede com todos os contratos de derivados.

Os CFD apresentam, assim, as seguintes características mais marcantes:

Alavancagem

O investimento inicial exigido pela realização de operações limita-se à margem exigida como garantia (por exemplo, 25% do montante da exposição). Isto é, a margem é variável em função da evolução da cotação do activo subjacente.

Possibilidade de apostar em ambos os sentidos

A qualquer momento o investidor pode comprar ou vender CFDs sobre as acções relevantes. No caso da venda, o investidor não fica sujeito às limitações normalmente impostas quando pretende tomar igual decisão no âmbito da negociação a contado, isto é, não necessita de recorrer a operações de empréstimo de títulos ou de reporte evitando os custos associados a este tipo de operações.

Deste modo: Um investidor com posições em CFDs sobre, por exemplo, a IBM, a American Express ou a Yahoo, pode esperar uma evolução do preço desse instrumento semelhante ao da própria acção, estando a utilizar um instrumento que lhe permite alcançar esse fim com maior eficiência.

Comissões

Na negociação de CFDs, as comissões estão incorporadas na diferença das cotações de compra e de venda (spread bid/ask). Isto significa que o investidor não tem que calcular o seu preço de saída, com a excepção dos eventuais custos de financiamento em posições longas. Se puder vender a um preço mais alto que o preço a que comprou, ou comprar a um preço mais baixo do que vendeu, ganhou dinheiro.

Os spreads aplicados podem variar de acordo com a dimensão das ordens pretendidas, visto que o emitente dos CFDs poderá ter que cobrir a sua exposição no mercado à vista do titulo em questão.

Dividendos e custos de financiamento

No caso de comprar CFDs, a conta do investidor será creditada pelo valor dos dividendos que sejam distribuídos pelas acções durante o período em que detenha a posição longa. Durante esse período, o investidor terá um encargo de juros que corresponde ao custo dos fundos emprestados. Isto significa que se comprar CFDs a conta do investidor será debitada à taxa de mercado mais um spread pelo período de tomada de posição (mínimo um dia). Assim, se conservar uma posição longa por um largo período de tempo, este custo de financiamento será substancial. Desse modo, aconselha-se só usar CFDs para posições longas se for por um período curto de tempo. O custo de financiamento, para as diferentes moedas de negociação é geralmente determinado com base na taxa LIBOR da moeda, mais um spread.

Deste modo, o investidor em CFDs fica numa situação semelhante ao investidor em acções no mercado a contado: recebe dividendos e abdica de rendimentos resultantes da aplicação do montante investido na compra de acções.

Caso venda CFDs, o investidor só será debitado pelo valor dos dividendos pagos durante o período em que mantenha a sua posição, não tendo qualquer custo de financiamento e podendo inclusive ser remunerado pela posição curta. A existir remuneração, ela tenderá a ser a taxa LIBOR da moeda em questão menos um spread.

Em geral, quando existem operações como esta, o detentor de uma posição em CFD's tem os mesmos direitos e obrigações que um detentor de uma acção.

Aumentos de capital

Quando uma empresa aumenta o capital um investidor que detenha uma posição longa tem direito a comprar novas posições nas mesmas condições caso detivesse o activo subjacente. Em geral, quando existem operações como esta, o detentor de uma posição em CFD’s tem os mesmos direitos e obrigações que um detentor de uma acção.

Em caso de OPA

Como a cotação dos CFDs replica a cotação do activo subjacente, a única situação a salvaguardar é se, por via dessa oferta, o activo deixar de estar cotado. Nesse caso, o detentor de um CFD tem direito de vender se estiver longo ou a obrigação de comprar se estiver curto, ao preço oferecido de acordo com as condições enunciadas na oferta.

Vantagens

Alavancagem

Os CFDs permitem alavancar um investimento até 4 vezes. Tal facto, em condições normais, não é uma necessidade. Mas para um investidor agressivo, que esteja disposto a assumir riscos, esta é, provavelmente, a característica mais importante e vantajosa dos CFDs.

Por exemplo, um investidor pode adquirir EUR 40.000 CFDs da Nokia, bastando para isso que tenha efectuado um depósito de EUR 10.000. Esta alavancagem dá-lhe a oportunidade de realizar lucros mais facilmente, mas, não deverá esquecer, que o risco das operações também aumenta proporcionalmente.

Assumir posições curtas no mercado

Assumir posições curtas no mercado é muito fácil através dos CFDs. Não é necessário solicitar o empréstimo de valores mobiliários, nem preocupar-se com o custos de financiamento associados. Com os CFDs quem tiver uma expectativa de descida de preços, pode vender e depois recomprar a um preço que considere o mais adequado.

Por exemplo, se um investidor espera que o preço de uma acção suba pode comprar um CFD. Se a expectativa é de que a acção desça, poderá simplesmente vender CFDs e comprar depois a um preço inferior. A diferença de preços será o lucro da operação, sendo que se vender um CFD e a cotação da acção subjacente entretanto subir, incorrerá num prejuízo.

Cobertura de risco

A cobertura do risco de uma carteira de valores mobiliários é outra das vantagens dos CFDs. Deste modo, se o investidor pretender cobrir o risco da sua carteira, pode facilmente alcançar esse fim assumindo uma posição contrária em CFDs.

Facilidade de negociação

Como os CFDs são um instrumento derivado negociado fora de mercado regulamentado e os seus preços são quote driven, o investidor poderá, de imediato, realizar a operação ao preço a que o CFD está a cotar, não ficando a execução da ordem sujeita ao risco de falta de contraparte, tal como sucede nas operações de bolsa.

Para além disso, os preços de compra e venda apresentados já são líquidos de comissões.

Assim, por exemplo, se a cotação da CMGI for 5.96-6.08, poderá imediatamente comprar/vender o CFD a 6.08/5.96.

Na maioria dos casos receberá confirmação da transacção a esse preço, a não ser em situações em que o mercado mude rapidamente quer a favor quer contra. No entanto, reservamos o direito de alterar o preço se o mesmo for incorrecto ou injusto para nós e/ou para o cliente.

Inexistência de liquidação física

Não há lugar à entrega das acções subjacentes ao CFD, dado que estas operações são objecto de liquidações exclusivamente financeiras.

Imunidade cambial ao risco do investimento

Um investidor do continente europeu que compra acções no mercado norte americano, fica sujeito à evolução cambial da paridade EUR/USD. Como nos CFDs só se recebe ou paga a diferença o risco cambial está limitado ao lucro/prejuízo.

Riscos dos CFDs

O investimento em CFDs pode estar sujeito a 3 tipos de risco:

  • Risco da variação de preço do subjacente
  • Risco de variação de taxas de juro
  • Risco cambial nas mais ou menos valias

Risco da variação de preço do subjacente

Este é na grande maioria das ocasiões o risco mais relevante que pode estar associado ao investimento via CFDs. Uma das características das acções é que os preços futuros podem ser voláteis. Isto significa que o valor no futuro pode ser mais alto ou mais baixo que o actual. Sendo a alavancagem uma das características possíveis dos CFDs os investidores devem estar conscientes que não só os retornos positivos mas também os negativos podem ser multiplicadas até o limite de 4 vezes, se se considerar que esses retornos estão a ser calculados com base no valor investido e não no valor de investimento. Condições anormais do mercado, como falta de liquidez, pode inclusive impossibilitar que uma posição detida seja fechada no momento pretendido, pelo que aconselhamos todos os investidores a ter em conta não só o montante mínimo exigido como margem mas sim também o valor total to investimento.

Risco de variação de taxas de juro

Quando forem detidas posições longas em CFDs por mais que um dia, o investidor está sujeito a um custo de financiamento que é calculado com base no valor do investimento e das taxas de juro 'overnight' dia a dia. Como tanto o valor do investimento como a taxa de juro são desconhecidas no futuro existe um risco associado ao custo financeiro final. Naturalmente que este risco, assim como os restantes, pode aumentar de acordo com o horizonte do investimento. As posições curtas não implicam este tipo de custos.

Risco cambial nas mais ou menos valias

O valor futuro das mais ou menos valias geradas por um investimento denominado em moeda estrangeira pode diminuir ou aumentar em função das alterações da taxa de câmbio com o Euro. De salientar que este tipo de risco, quando se utilizam CFDs é substancialmente mais baixo do que quando o investimento é feito directamente no activo, em que o risco cambial passa a ter como base o valor do investimento e não apenas as mais e menos valias.

Fonte

  • Lj Carregosa