Diferenças entre edições de "Acção"

Da Thinkfn

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(Direitos da acção)
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==A Acção como produto==
 
==A Acção como produto==
Poderá constituir uma surpresa para os investidores, que existe outra noção de acção. A acção também é um produto. E como qualquer produto, o seu preço é determinado pela procura e oferta. E é mais fácil de gerar procura, se o produto for devidamente promovido. E o produto será mais facilmente vendido, se for devidamente distribuído. E o produto venderá a prémio se, com a devida promoção, passar a ser entendido como uma “marca”.
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{{principal|O que é uma acção?}}
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O investidor, compra acções na expectativa de que a actividade da empresa valorize o seu investimento. Mas o mercado de capitais obtém rendimentos das operações financeiras que envolvem as acções, e não da actividade da empresa. Em resultado, as instituições à volta do mercado encaram as acções como um produto, que é necessário promover e distribuir para gerar transacções.
  
Ora, o mercado de capitais está estruturado essencialmente nesta óptica. Não na óptica do investidor que compra e fica à espera que a actividade da empresa lhe proporcione a justa recompensa, mas sim na óptica de que é necessário vender o que tem pouca procura neste momento, para comprar aquilo que tem muita procura. De que é necessário transaccionar produtos.
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As redes de distribuição são as grandes casas como a Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP Morgan, etc, nas quais todos os dias os vendedores vão bater à porta de potenciais clientes. Os vendedores são apoiados pelo ''research'', que gera as razões para se comprar e vender acções com base em acontecimentos de curto prazo.
  
Para isso, existem redes de distribuição imensas, que são as grandes casas como a Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP Morgan, etc, nas quais todos os dias os ''Sales'' (ou seja, os vendedores) vão bater à porta de potenciais clientes (maioritariamente institucionais, que por sua vez fazem a maior parte das transacções no mercado), com razões para estes venderem ou comprarem parte das suas existências (acções, vistas como produtos).
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O ponto fundamental é que os vendedores “vendem” ideias para as quais sabem que existe receptividade no mercado—não aquilo que eventualmente faça mais sentido comprar. É por isso que a seguir a um ''rally'' gigantesco da energia, se vêem tantos [[IPO|IPOs (OPVs)]] de empresas energéticas bem como o lançamento de fundos temáticos de energias e energias alternativas. É por isso que após um ''rally'' gigantesco de tecnológicas, o mesmo acontece mas os IPOs são de tecnológicas e os fundos temáticos são de tecnologia.
 
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Para que estas verdadeiras “chamadas de venda” funcionem, estes ''Sales'' têm o apoio do seu ''research'', que gera as razões para se comprar e vender as acções em causa com base em acontecimentos de curto prazo (as razões têm que ser de curto prazo mesmo que as implicações sejam de longo, pois a necessidade está em transaccionar os produtos o mais possível).
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Aqui um ponto importante: os ''Sales'' “vendem” ideias para as quais sabem que existe receptividade no mercado. Não aquilo que eventualmente faça mais sentido comprar.
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É por isso que a seguir a um ''rally'' gigantesco da energia, se vêem tantos [[IPO|IPOs (OPVs)]] de empresas energéticas bem como o lançamento de fundos temáticos de energias e energias alternativas. É por isso que após um ''rally'' gigantesco de tecnológicas, o mesmo acontece mas os IPOs são de tecnológicas e os fundos temáticos são de tecnologia.
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O que esta estrutura do mercado vende, é o produto pelo qual o mercado clama.
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E para que não se pense que são apenas os grandes [[Broker|''brokers'']] que pensam desta forma, olhem para o exemplo dado por dois papéis nacionais. CIN e Pararede. Qual delas foi e é a melhor empresa? Qual delas tem liquidez? Qual delas está no contínuo e qual está no mercado por chamada? Qual delas está no PSI20?
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As acções são produtos. Um produto que não “roda”, para uma parte substancial do mercado (bolsas incluídas) não tem interesse.
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==Noções de Mercado==
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Importa compreender que a estrutura do mercado funciona assim, para não se ser influenciado em demasia pelo seu funcionamento. Interessa manter um espírito aberto e crítico face a todas as propostas que nos sejam feitas, principalmente as que são repetidas diariamente.
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Por exemplo, é pouco provável que uma história que ande no mercado há meses a ser promovida, seja realmente aquilo que mais sentido faz comprar. As verdadeiras oportunidades de negócio geralmente não estarão o­nde todos estão a olhar e a promover, nem o­nde está a liquidez.
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Esta leitura do mercado também nos ajuda a compreender que o que não está a ser promovido hoje, e por isso parece carecer de interesse mesmo estando mais barato do que o que está na moda, pode muito bem ser o que estará na moda amanhã, e a ser promovido amanhã. Até porque parte das razões utilizadas para a promoção prendem-se com a “valorização” dos títulos, e além disso após uma promoção muito intensa de uma história já todos os clientes possuem inventório dessa história, e portanto para transaccionarem ou é necessário convencê-los a vender o que compraram, ou é necessário arranjar uma nova história que justifique a compra de novo inventório.
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==Ver também==
 
==Ver também==

Revisão das 07h26min de 3 de dezembro de 2008

Uma Acção é um título que representa parte do capital de uma sociedade anónima, dando ao seu proprietário o direito de partilhar dos resultados dessa empresa, e dando-lhe poderes para intervir no governo da sociedade (via o seu direito de voto).

O valor de uma acção vem dos resultados que a empresa gera e se espera que venha a gerar, mais o valor atribuído ao poder de influenciar o destino da empresa, via controlo da maioria dos direitos de voto.

Direitos da acção

A propriedade de acções confere vários direitos, nomeadamente:

  • Direito de assistência e voto nas Assembleias Gerais, sendo o voto proporcional à quantidade e classe das acções detidas (podendo existir diferentes classes com diferentes direitos de voto);
  • Direito à distribuição de dividendos se para tal existirem resultados e essa for a decisão da sociedade. Os dividendos serão distribuidos na proporção da quantidade de acções detida, e da classe a que estas pertençam (podendo existir diferentes classes com diferentes direitos em matéria de dividendos);
  • Direito à quota parte da situação líquida apurada no caso de liquidação da sociedade, em função da quantidade de acções detidas, e respectiva classe.

A Acção como produto

18px Ver artigo principal: O que é uma acção?.

O investidor, compra acções na expectativa de que a actividade da empresa valorize o seu investimento. Mas o mercado de capitais obtém rendimentos das operações financeiras que envolvem as acções, e não da actividade da empresa. Em resultado, as instituições à volta do mercado encaram as acções como um produto, que é necessário promover e distribuir para gerar transacções.

As redes de distribuição são as grandes casas como a Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP Morgan, etc, nas quais todos os dias os vendedores vão bater à porta de potenciais clientes. Os vendedores são apoiados pelo research, que gera as razões para se comprar e vender acções com base em acontecimentos de curto prazo.

O ponto fundamental é que os vendedores “vendem” ideias para as quais sabem que existe receptividade no mercado—não aquilo que eventualmente faça mais sentido comprar. É por isso que a seguir a um rally gigantesco da energia, se vêem tantos IPOs (OPVs) de empresas energéticas bem como o lançamento de fundos temáticos de energias e energias alternativas. É por isso que após um rally gigantesco de tecnológicas, o mesmo acontece mas os IPOs são de tecnológicas e os fundos temáticos são de tecnologia.

Ver também